Sucesso nas redes, cadeira de praia gigante na orla de Maceió é alvo do MP

A recente instalação de uma cadeira de praia gigante na orla de Ponta Verde foi alvo de reclamações de moradores do bairro, que concentra prédios de alto padrão em Maceió. O local de instalação levou o Ministério Público Estadual (MPE) a cobrar explicações da prefeitura sobre o equipamento, que é um sucesso entre turistas e maceioenses nas redes sociais.

Ontem, o MP informou que pediu esclarecimentos à Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito, alegando que, para a cadeira ser instalada, um retorno entre a avenida Silvio Carlos Viana e rua Valdo Omena teve que ser fechado.

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O ofício, endereçado ao superintendente André Costa, foi encaminhado pelo promotor Jorge Dória, que deu 15 dias para receber uma resposta. A prefeitura disse que vai responder no prazo (veja mais abaixo).

No documento, o representante do MP afirma que, "para haver mudança de finalidade ou uso de um bem usado coletivamente, é preciso que haja um trâmite e que, para tal, um ato de desafetação com justificativas convincentes e acatadas."

Segundo o promotor, moradores procuraram o órgão e afirmaram que o fechamento e a mudança no trânsito causaram transtornos.

"O questionável nesse procedimento é a mudança na referida rua, o que tem servido para diversas queixas feitas pela comunidade, e precisamos que sejam apresentadas as justificativas pelo órgão competente", diz.

A cadeira, inaugurada no último dia 5 na rua Valdo Omena, é chamada de "espaço instagramável" e gerou um aumento em buscas pela capital alagoana no Google e em postagens em redes sociais.

Segundo a prefeitura, em apenas três dias a cadeira gerou dez milhões de views em fotografias marcadas. O local foi visitado por celebridades como o capitão do penta da seleção, o ex-jogador Cafu e o influenciador digital Carlinhos Maia.

A cadeira faz parte da campanha "Maceió é Massa", em que a prefeitura espalhou dez espaços criativos nas praias de Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca, Cruz das Almas e Jaraguá.

Questionamento foi mal recebido

O UOL conversou com uma moradora de um prédio que fica em frente ao local. Ela diz que o que incomodou a vizinhança—logo após a inauguração— foi a formação de um pequeno trânsito na região.

"Logo quando fecharam a rua, realmente às 7h da manhã, estava o maior buzinaço aqui, porque muita gente ainda não estava sabendo que a rua estava fechada. Muita gente pegava esse caminho porque era a única que você vindo da [avenida] Amélia Rosa pega direto para sair na praia. Mas agora melhorou, está tranquilo", diz ela, que pediu para não ser identificada.

A moradora afirma que tanto ela, como os vizinhos do prédio, gostaram e apoiam a atração.

Agora mesmo, olhando da janela, estou vendo uma fila de pessoas para sentar na cadeira. Pelo menos aqui não vi ninguém falando mal ou se movimentando para acionar MP porque está supertranquilo, as pessoas fazem suas fotos e vão embora. Eu sou super a favor

Moradora da Ponta Verde

Por conta do pedido de explicações do MP, internautas maceioenses foram às redes sociais e criticaram a postura de moradores do bairro nobre da capital alagoana.

Em nota, a SMTT informou ao UOL que vai responder ao MP dentro do prazo e explicou que o fechamento de um dos retornos "visa resgatar o convívio social e garantir a segurança dos pedestres que acessam o local, que é um dos principais pontos turísticos da capital."

"A SMTT reforça ainda que existem dois acessos próximos a este ponto como opções para quem trafega pela localidade, e que a mudança não gerou registros de congestionamento ou transtornos à população", finaliza.