Mulher é suspeita de planejar morte de marido para ficar com seguro no RS
Uma mulher de 41 anos foi presa preventivamente na manhã de hoje por suspeita de planejar, junto com o filho, a morte do próprio marido para ficar com um seguro de vida do companheiro. Ela também aguardava receber uma indenização de uma ação trabalhista, esperada pelo companheiro Alex Fabiano Bueno Maciel, 48.
O nome da mulher e os valores do seguro de vida e da indenização não foram divulgados pela Polícia Civil. Porém, o montante é considerado "expressivo", segundo um dos policiais que participou da investigação. A operação recebeu o nome de "Viúva Negra", em alusão à aranha conhecida por matar o companheiro.
O crime ocorreu em junho do ano passado em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre. Inicialmente, a Polícia Civil trabalhava com a hipótese de latrocínio, porém, os investigadores perceberam que a cena do crime havia sido forjada e passaram a trabalhar com a hipótese de homicídio premeditado, o que acabou se confirmando.
Além dela, outras quatro pessoas são investigadas por suposta participação no crime, segundo a Polícia Civil. Dos quatro, três estão presos por outros crimes e um acabou morto.
Entre os suspeitos, está o filho da mulher, de 22 anos, que teria ajudado a mãe no planejamento e tinha uma desavença com o padrasto por causa do envolvimento do rapaz no mundo do crime. Ele tem passagens na polícia por receptação e clonagem de carros e está preso por tráfico desde o dia 9 de abril do ano passado.
Um amigo do jovem, de 24 anos, também preso por tráfico, é apontado como intermediário entre o enteado e os dois suspeitos de serem executores do crime — um deles, morto nove dias após o crime, ao tentar roubar um posto de gasolina e trocar tiros com um PM e um segundo, preso em 11 de janeiro, após confessar participação na morte de Maciel.
A suspeita ainda não tem defesa constituída. O espaço segue aberto para que seus representantes legais se manifestem e será atualizado tão logo haja posicionamento.
Acesso facilitado
Segundo a polícia, a companheira é suspeita de facilitar a entrada e a saída dos executores da residência. Pelo plano, a porta da casa seria deixada aberta e o controle remoto do portão teria sido deixado sobre a mesa para agilizar a fuga.
O executor teria contado à polícia que ele e o comparsa pularam um muro para ter acesso ao terreno. Mas ao chegar à porta, a encontraram fechada. Maciel havia escutado um barulho e acabou trancando o acesso à residência. Por isso, os executores arrombaram a porta.
Um dos suspeitos teria entrado em luta corporal com Maciel, caído no chão, e, então, efetuado três disparos na vítima. Enquanto isso, o comparsa levou a mulher para o quarto do filho, de 15 anos, que também estava na casa.
Em seguida, levaram o celular da esposa, uma caixa de som e um videogame. Segundo a polícia, a intenção de levar objetos seria para "simular um latrocínio".
"Na versão dela era para ser só um assalto. Ela continua negando que soubesse que iam matar. Ela diz que quem planejou o assalto foi o filho que está preso, que ela só concordou no que ele mandasse. Na verdade, a gente sabe que não é isso, né? O planejado desde o início era matar ele, só que ela não admite, admite que era um assalto", explica a delegada Caroline Barbosa Jacobs.
Segundo a delegada, a virada de chave na investigação — de latrocínio para homicídio premeditado — ocorreu após os investigadores tomarem conhecimento de declarações de um dos executores. Ele, que está preso, "estava se gabando" de ter matado o homem na vila onde morava.
Em um áudio, que circulou pelas redes sociais, o homem afirma que pegou os objetos da casa para "bater como se fosse um latrocínio". E ainda se vangloria pela repercussão do caso. "Puxa aí no Google para te ver o último assassinato na (rua) Santa Rita. Tu vai ver que a primeira reportagem que vai aparecer é do cara que a gente matou na baia de ontem."
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