Politização do caso é muito negativa, diz irmão de Celso Daniel
Em entrevista ao UOL News da noite de hoje, Bruno Daniel, irmão de Celso Daniel, três vezes eleito prefeito de Santo André e aos 50 anos, em 2002, afirmou que a politização do caso é muito negativa. Segundo ele, o que está em jogo é uma questão de humanidade.
"Nós temos no país várias pessoas, lideranças de movimentos, ativistas sociais e políticos que foram assassinados. Isso indica que estamos longe de construir uma boa civilização. Então, politizar é deixar um canal muito estreito uma coisa que é muito mais abrangente, que nos faz pensar em que civilização estamos vivendo", avaliou o professor de história Bruno Daniel.
O caso, que completou 20 anos no último dia 20 de janeiro e ganhou hoje uma série documental de oito episódios exibidos na Globoplay, é rodeado de diversas teorias e, mesmo duas décadas depois, muitas questões ainda são levantadas sobre o que de fato aconteceu com o político petista.
"Houve investigações por parte do Ministério Público que revelaram que o crime foi planejado. Um promotor que participou de um juri popular para condenar parte dos criminosos que executaram Celso [fala], e que eu acho pertinente, que quem matou ele foi um corpo constituído de cabeça, corpo e membros", disse Bruno.
"As pessoas que foram presas na época constituíram os membros, mas tem o corpo e a cabeça. Houve indiciamento do Sérgio Sombra por mando do crime, mas o caso continua sem perspectiva de elucidação completa. A verdade completa é desconhecida ainda", pontuou.
No primeiro inquérito da Polícia Civil de São Paulo, que foi concluído em abril de 2002, foi apontado que se tratava de um sequestro seguido de assassinato cometido por uma quadrilha da favela Pantanal, localizada na zona sul de São Paulo. Portanto, o crime foi considerado comum, mas até hoje há quem defenda que motivações políticas tenham levado à morte do então prefeito.
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