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Caso Henry: 'Sou ameaçada de morte todos os dias no presídio', diz Monique

Daniele Dutra

Colaboração para o UOL, no Rio

09/02/2022 19h50

Monique Medeiros, mãe de Henry e acusada da morte da criança juntamente com o ex-vereador Dr. Jairinho, relatou agressões e ameaças diárias no presídio onde se encontra detida no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro.

"Cerca de 20 detentas me ameaçaram recentemente durante o banho de sol. Uma delas, divide cela comigo e me ameaça todos os dias", contou ela para a juíza Elizabeth Louro, da 2ª Vara Criminal.

Monique disse no plenário que não se sente segura na prisão e teme pela própria vida. Segundo ela, isso tudo é relatado por cartas, diariamente, como forma de segurança, caso seja morta.

"Sou ameaçada todos os dias. Elas dizem que eu sou matadora de crianças, que vão dar canetada no meu ouvido, que vão jogar água fervendo em mim e que vão jogar uma coberta na minha cabeça para me dar porrada", falou a ré.

Dentre as queixas, Monique diz que uma das sete detentas que dividem cela com ela a ameaça de morte.

A juíza questionou se Monique já foi ouvida pela Seap (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária), mas Monique negou.

Segundo Monique, uma das ameaças se deu durante visita da advogada Flávia Froes, que faz a defesa de Jairo. Monique diz ter recebido uma visita dela na prisão em que ela o intimidou a assumir a responsabilidade pela culpa da morte do filho. Caso contrário, a cabeça dela estaria a prêmio.

Monique disse que Flávia afirmou que é advogada de bandidos do Comando Vermelho e que não adiantaria mudar de presídio. Ao UOL, a advogada já negou ter ameaçado Monique na cadeia, mas procurado a mãe de Henry porque estava trabalhando na defesa de Jairinho e que acredita na inocência da ré.

Após relatar as ameaças, a juíza Elizabeth Louro pediu que Monique anotasse o nome da detenta que divide cela com ela. A pedagoga escreveu e, em seguida, a juíza deixou o plenário para fazer uma ligação telefônica à Seap.

Depois de uma pausa no depoimento, a juíza retornou e disse que, a partir de amanhã, a situação estaria resolvida.