Amiga de motorista de app achada morta em porta-malas e marido são presos
Quase dois meses depois da morte de uma motorista de aplicativo, cujo corpo foi achado no porta-malas do carro em que trabalhava, a Polícia Civil realizou hoje duas prisões de suspeitos de envolvimento no caso. Uma amiga da vítima, Michelle Caroline Chinol, 39, e o marido desta mulher foram detidos.
Foram presos Ketlyn Malmann Marcelino e o marido dela, Nelson Pereira da Silva Filho. As prisões foram feitas em Fazenda Rio Grande e em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Com eles, a polícia também apreendeu a roupa utilizada no dia do crime e diversos anabolizantes.
"A investigada é amiga da vítima e várias circunstâncias nos fizeram chegar até ela. Conseguimos arranjar elementos de que o marido trabalha em uma empresa que tinha roupas análogas ao homem visto nas câmeras de segurança e abandonando o veículo da vítima. Fizemos a ligação entre os dois e houve a representação da prisão temporária. A versão dos dois é contraditória. O que parecia uma amizade verdadeira, hoje se encaminha muito mais para um homicídio", diz o delegado Victor Menezes, da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa.
Por enquanto, a motivação da morte não foi esclarecida.
Segundo o delegado, a dinâmica do crime demonstra que alguém estava querendo dificultar a investigação. A participação de outras pessoas não está descartada.
"O inquérito ainda não acabou e ainda é precipitado afirmar que os dois são culpados. No presente momento, temos muitas informações que colocam a investigada como culpada. Verificamos que a maior probabilidade do corte encontrado no pulso de Michelle foi feito após a morte, ou seja, ficou claro que houve uma simulação desse suicídio. Alguém queria esconder o crime, já que o local também foi modificado", afirma o delegado.
Ainda de acordo com a polícia, a possível causa da morte foi por asfixia, já que foram encontradas marcas no pulmão da vítima.
O casal foi interrogado hoje de manhã, na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa.
"Ambos se manifestaram durante o interrogatório e negaram a autoria. Ainda precisamos ter acesso ao material das investigações e depois fazer a nossa manifestação. Ainda é muito prematuro. Desde o início eles negam a autoria do fato", diz o advogado dos suspeitos, Ryan Antunes.
O crime
O corpo de Michelle foi encontrado no dia 16 de fevereiro deste ano, em Curitiba, após o veículo em que trabalhava ser guinchado pela Prefeitura por estar estacionado irregularmente e ser encaminhado para um pátio no bairro Portão.
Em avançado estado de decomposição, ele só foi achado após funcionários sentirem um forte odor que vinha do porta-malas.
Imagens de câmeras de segurança, gravadas dois dias antes, mostraram um homem abandonando o veículo em uma rua do bairro Ganchinho, também na capital do Paraná. Ele estava com uma calça com barras refletoras, que está entre os itens apreendidos hoje.
Segundo a polícia, dezenas de impressões digitais foram encontradas no carro, principalmente perto do porta-malas, e devem contribuír para esclarecer o caso.
Inicialmente, a polícia trabalhou com três motivações: latrocínio, que é o roubo seguido de morte; homicídio e suicídio. Com as prisões de hoje a última suspeita já é tratada como descartada.
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