Vacina: MP denuncia falsa enfermeira e pede indenização a vítimas de golpe
O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) pediu a indenização de duas pessoas que tentaram furar a fila da vacinação contra a covid-19 em Belo Horizonte, no ano passado. Elas compraram as doses de uma falsa enfermeira, que comercializava e aplicava as vacinas falsas.
De acordo com a denúncia apresentada, apenas duas entre as centenas de vítimas do golpe ofereceram representação em relação ao crime de estelionato. No documento enviado à Justiça, o MP pediu que elas recebam as indenizações mínimas de R$ 2.280 e R$ 6.500. À época, as vacinas foram vendidas por R$ 600.
A aplicação do falso imunizante aconteceu no dia 24 de março de 2021, em uma garagem de ônibus, e foi noticiada inicialmente pelo site da revista Piauí. Na casa da falsa enfermeira foram encontrados frascos, seringas, agulhas, luvas e cartões de vacinação, nos quais consta inscrição de que o imunizante seria da Pfizer.
As investigações, porém, mostraram que o produto aplicado era soro fisiológico. Além disso, um dos envolvidos no esquema admitiu, em mensagens obtidas pela PF (Polícia Federal) durante a investigação da vacinação clandestina, que as doses aplicadas eram falsas. Naquele momento, a vacinação contra a covid-19 estava em fase inicial no país.
Denúncias do MP
O Ministério Público denunciou a cuidadora de idosos Cláudia Mônica Torres, e outras cinco pessoas envolvidas no esquema. Eles foram acusados por associação criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica, mesmos crimes apontados no inquérito da PF (Polícia Federal).
A denúncia foi apresentada à Justiça no dia 8 de abril deste ano. Segundo investigações, o grupo teria feito centenas de vítimas e movimentado cerca de R$ 700 mil com os golpes.
De acordo com o MPMG, a falsa enfermeira "ardilosamente, fazia se passar por enfermeira, sem possuir tal qualificação, preparava e aplicava as substâncias por ela descritas como imunizantes contra a Covid-19". Para convencer os clientes, a mulher utilizava o nome do laboratório Pfizer, que desde o início negou a venda fora do âmbito do PNI (Programa Nacional de Imunização) brasileiro.
"Ela fornecia às vítimas dos crimes de estelionato sua conta bancária e também de integrantes do seu núcleo familiar, ora denunciados, para depósitos dos valores dos falsos imunizantes", destaca a denúncia.
Além da mulher, foram denunciados um homem apontado como responsável por oferecer o falso imunizante aos clientes, a filha da falsa enfermeira que forneceu a conta bancária para depósito dos valores, e o marido dela que era responsável por fazer o transporte até os locais de vacinação. Outro denunciado é "companheiro' da mulher e a acompanhava até as residências das vítimas.
Também foi denunciado um irmão da falsa enfermeira, que teria recebido valores de outros dois envolvidos no esquema. Segundo a investigação, o objetivo era "fraudar o controle do sistema financeiro relativo às pessoas físicas, ocultando a origem do dinheiro, distanciando os valores recebidos das contas de origem e dificultando a sua identificação"
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