Engenheira morta em lipo tem órgãos doados: 'coração bate em outra pessoa'
A engenheira civil Júlia Moraes Ferro, 29, teve os órgãos doados após falecer em decorrência de complicações relacionadas a uma cirurgia plástica para colocar silicone nos seios e passar por uma lipoaspiração no abdômen em clínica de Belo Horizonte. "Júlia doou todos os seus órgãos e salvou muitas e muitas vidas", anunciou hoje a mãe, Patrícia Moraes.
Há poucos meses, Júlia, que nunca ficou doente, conversou comigo sobre o que ela gostaria que eu fizesse quando ela partisse. Ela disse que não queria velório, não queria ficar numa cama de hospital e gostaria que eu doasse todos os seus órgãos. Minha filha, nós faremos tudo como você deseja. Hoje, Júlia doou todos os seus órgãos e salvou muitas e muitas vidas. Seu coração lindo já bate em outra pessoa.
Patrícia Moraes, em postagem no Instagram.
Júlia realizou a cirurgia no dia 8 de abril, acompanhada de uma prima médica, de uma tia e do namorado. Durante o procedimento, ela teria sofrido uma parada cardiorrespiratória. Após ficar 15 dias internada em dois hospitais diferentes, ela teve morte cerebral diagnosticada no dia 23 e foi enterrada na segunda-feira (25).
A jovem não tinha comorbidades e era saudável. Os exames não identificaram o motivo da piora do quadro clínico dela após a cirurgia.
A Clínica Sebastião Nelson afirmou em comunicado que se solidariza com a família e aguarda o laudo do IML (Instituto Médico Legal) para novos posicionamentos.
"Em casos como este, a parte médica fica em posição de extrema vulnerabilidade para demonstrar publicamente a verdade, tendo em vista que para comprovar a correta conduta seria necessário publicar dados, fornecer prontuário e exames da paciente, o que somos vedados em razão do sigilo médico", informou, acrescentando que "toda assistência à Julia foi prestada, tanto nos momentos pré e pós-operatórios, quanto no decorrer do procedimento".
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