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Gari perde pedaço da orelha após agressão por causa de saco de lixo no PR

Gari foi agredido após rasgar saco de lixo; agressor foi identificado pela Polícia Civil - Reprodução/Facebook
Gari foi agredido após rasgar saco de lixo; agressor foi identificado pela Polícia Civil Imagem: Reprodução/Facebook

Lorena Pelanda

Colaboração para o Uol, em Curitiba

12/05/2022 16h29Atualizada em 12/05/2022 16h40

O gari Wesley Bassani de Oliveira (21) foi agredido por uma vassourada e teve a orelha esquerda rasgada após um morador se irritar por causa de um saco de lixo que arrebentou. O caso aconteceu por volta das 18h45 de ontem, no bairro Guaraituba, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba (PR).

O coletor de lixo conta que a agressão começou por causa do excesso de resíduos de um saco de lixo que arrebentou.

"Eu rasguei sem querer o lixo e esse morador foi reclamar com o motorista. Em seguida, ele veio intimidando, para que eu fizesse meu serviço direito. Nisso falei para ele não gritar comigo, mas ele ficou bem estressado e já veio para cima. Foi quando virei as costas e saí com o lixo, aí ele me agrediu com uma vassourada", afirmou Wesley ao UOL.

Em seguida, ele começou a filmar o agressor. Nas imagens, é possível ver que ele mostra a orelha sangrando antes de abordar o rapaz com quem se desentendeu, que acusa "você me agrediu, cara". Wesley nega agressão e diz que apenas respondeu às falas do jovem, que não teve o nome revelado pela polícia.

"Na hora, nem pensei e comecei a gravar por segurança. Trabalho como coletor há um ano e o máximo que tinha recebido foi um xingamento, por deixar passar algum saco de lixo, mas voltava a pegar o material e ficava tudo bem. Isso de me agredir nunca tinha acontecido, mesmo assim vou continuar fazendo o que gosto", afirma.

Wesley foi encaminhado ao hospital e recebeu pontos no ferimento. "Perdi um pedaço da minha orelha, mas sorte que não foi ainda mais grave e não perdi a audição. Só tive que dar pontos e não vou precisar de cirurgia. Precisamos ter mais respeito com os coletores, já que trabalhamos com medo", finaliza o gari.

Ele registrou um boletim de ocorrência na Delegacia do Alto Maracanã em Colombo. O agressor já foi identificado pela Polícia Civil do Paraná. O nome, por enquanto, não foi divulgado.

O UOL tenta contado com o homem que aparece nas imagens e seria o autor da agressão, mas, sem identificação revelada, até o momento, não obteve sucesso. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação da defesa dele.

Procurada, a Polícia Civil do Paraná informou que "está investigando o caso e aguarda laudos complementares que auxiliarão nas diligências. No momento, o delegado não irá conceder entrevistas sobre o caso".

Caso isolado

O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco) afirma que casos que envolvem agressões aos profissionais da limpeza são considerados isolados.

"Temos outros casos, mas que não chegaram a esse ponto. O que chama atenção é que estamos perto do dia do Gari, que será no dia 16, e nos deparamos com essa situação lamentável. A profissão ainda é invisível e muita gente só lembra [dos profissionais] quando a coleta não é feita e o lixo não é retirado", diz o diretor do Siemaco, Rafael Geronimo.