Revolta e culpa por me envolver com um monstro, diz pai de envenenados
"Fico com um sentimento de revolta e culpa por me envolver com um monstro. Mas eu não tinha bola de cristal. Até briguei com Deus ,perguntei a Ele por que tirou a minha filha. Mas não foi Deus. Foi quem estava do meu lado. Infelizmente eu não sabia."
As afirmações são de Adeilson Cabral, pai de Bruno, de 16 anos, e Fernanda, de 22 anos, jovens que teriam sido envenenados pela madrastra Cíntia Mariano Dias Cabral, em entrevista ao jornal O Globo. Ele diz que não teve nenhum envolvimento com o crime e que se sente revoltado e culpado por ter se envolvido com Cíntia, que ofereceu a comida aos jovens em sua casa.
Adeilson disse que não havia percebido nenhum sinal de que Cíntia poderia fazer isso com os filhos. O filho mais novo, Bruno, começou a passar mal depois de comer o feijão preparado pela madastra. Ele conta que, durante a refeição, Bruno sentiu um gosto amargo na sua comida e comentou com a família.
Além disso, viu algo diferente no prato, que a madrasta alegou ser um tempero pronto.
"O Bruno percebeu algo no prato, mas ela disse que era o tempero, daqueles prontos, que não tinha derretido durante o preparo. E esse também seria o motivo para o amargo do feijão. Ali começou a desconfiança. Ninguém achava que ela estava envenenando, mas todos estranharam a atitude dela, que foi muito suspeita", disse Adeilson ao jornal.
Uma hora após a refeição, o rapaz deu entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer, pálido, babando e com tontura —os mesmos sintomas da irmã, que também foi levada ao local após comer na casa da madrasta. A moça morreu após passar quase duas semanas internada.
No caso de Fernanda, Adeilson diz que os médicos deram a entender que ela morreu de causas naturais. Já o adolescente recebeu alta na última quinta-feira (19) e passa bem.
Durante a internação da Fernanda, a Cíntia foi uma atriz. Ela ajudou o tempo todo. Todos os dias ela me via orando no quarto, de joelhou, pedindo pela minha filha."
Adeilson Cabral, pai dos jovens envenenados
Adeilson disse que a polícia pediu para fazer uma revista em sua casa e os policiais encontraram remédio para pulgas de cachorro embaixo dos panos do fogão.
"Ainda fico nervoso com a história toda e estou precisando tomar remédios para me acalmar, e vou vivendo, trabalhando como dá", afirma Adeilson.
Madastra riu ao servir comida a Bruno
A filha de Cíntia Mariano Dias Cabral disse à polícia que a mãe riu ao servir comida envenenada para o enteado de 16 anos. A informação é do jornal Extra.
Cabral, de 49 anos, foi presa preventivamente ontem em Realengo, na zona oeste da capital fluminense. Ela também é suspeita de ser responsável pela morte da enteada de 22 anos, em março deste ano.
O delegado Flávio Rodrigues, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, disse em entrevista a jornalistas que a investigação concluiu que Cabral é responsável pelo envenenamento do enteado.
"Ela se reserva o direito ao silêncio. Mas com os depoimentos, em especial, o depoimento dos próprios filhos dela, que falaram que ela confessou, chegamos à conclusão que ela é responsável pela tentativa de homicídio do enteado", afirmou.
Ele disse não descartar a possibilidade de exumar o corpo da enteada para comprovar o envenenamento, e que já suspeitam da motivação do crime.
"Tudo leva a crer que a motivação seria ciúmes do relacionamento do marido com os filhos naturais", contou.
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