Operações policiais não 'seriam toleradas em bairros nobres', diz ouvidor
O ouvidor da Defensoria Pública do Rio Janeiro, Guilherme Pimentel, criticou a operação policial na Vila Cruzeiro que deixou 21 pessoas mortas na manhã de hoje e disse que ações do gênero "jamais seriam toleradas em bairros nobres da cidade".
Entre os mortos estão uma moradora do Complexo da Penha, zona norte do Rio, e outras dez pessoas — ainda não identificadas, mas que, segundo a Polícia Militar, estavam envolvidas com atividade criminosa. Não há informações sobre as outras três pessoas. Na operação participaram agentes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Pimentel observou que a ouvidora e o núcleo de direitos humanos da Defensoria Pública estão a caminho da Vila Cruzeiro. "Estamos à disposição de toda a população da Penha e do Alemão, inclusive para assegurar atendimento jurídico da Defensoria Pública para famílias de vítimas e pessoas violadas. Ninguém merece passar por isso."
Essas operações policiais em favelas colocam em risco a vida de toda a população, impedem o funcionamento de serviços públicos e do comércio, inviabilizam a saída de milhares de pessoas para trabalhar e estudar, gastam rios de dinheiro e não resolvem absolutamente nenhum problema de segurança. Sabemos que essas operações jamais seriam toleradas em bairros nobres da cidade. É preciso que também não sejam mais toleradas nas favelas do Rio de Janeiro." Guilherme Pimentel, ouvidor da Defensoria Pública
Segundo a PM, a moradora — no momento identificada apenas como Gabriela — foi atingida enquanto as equipes do Bope e da PRF estavam se preparando para iniciar a incursão. De acordo com a corporação, "criminosos começaram a fazer disparos de arma de fogo na parte alta da comunidade".
A mulher morreu na região da Chatuba, uma comunidade fora da área de atuação das forças de segurança, afirmou a Polícia Militar. Os tiros na região da Penha começaram por volta de 4h20.
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