PRF diz que participou de operação "após pedido de apoio" da PM do Rio
Em nota oficial, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) disse que participou da operação na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio, "após receber pedido de apoio da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro" e que, como órgão de segurança pública, deve "atuar em prol do interesse público" no combate ao crime. Pelo menos 25 pessoas foram mortas.
"A facção criminosa que atua na referida comunidade é responsável por cerca de 80% dos crimes cometidos em todo estado do Rio, inclusive nas rodovias federais", diz o texto divulgado hoje. "Além disso, somente no estado do Pará foram registrados dez atentados contra a vida de agentes públicos nas duas últimas semanas. Essas ações criminosas estão ligadas a traficantes homiziados [fugitivos] na Vila Cruzeiro."
A PRF alega que está amparada pela portaria de número 42, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que estabelece diretrizes para participação em operações conjuntas, e permite que atue em operações com a participação de órgãos integrantes do Sistema Único de Segurança Pública.
O órgão afirma, ainda, que atuou "com os órgãos de segurança pública Estadual e Federal, no cumprimento de mandados de prisão", mas a própria Polícia Militar afirmou, ontem, que a ação foi emergencial e não tinha o objetivo de cumprir mandados (leia mais abaixo).
A operação
A ação foi deflagrada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro sob a justificativa de impedir o movimento de criminosos ligados ao grupo criminoso CV (Comando Vermelho) da Vila Cruzeiro para a Rocinha, na zona sul do Rio. Foi a segunda mais letal da história —atrás apenas do massacre de Jacarezinho, em que 28 pessoas morreram.
As duas operações ocorreram sob a gestão do governador Claudio Castro (PL) —no total, em apenas um ano, foram 181 mortos em 39 chacinas. O levantamento foi feito pelo Instituto Fogo Cruzado e pelo Geni (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos), ligado à UFF (Universidade Federal Fluminense).
"Nesta madrugada, identificamos grande movimentação de elementos que controlam essa e outras localidades. Provavelmente essa movimentação seria para invasão a outra comunidade", disse ontem o coronel Luiz Henrique Marinho, em entrevista coletiva.
A ação, embora planejada há meses, ocorreu em caráter "emergencial" e "não tinha como objetivo cumprir mandados de prisão", segundo o comandante do Bope, Uirá do Nascimento Ferreira.
A polícia estimou que cerca de 50 criminosos iriam se deslocar da Vila Cruzeiro para a Rocinha. Entre eles, estavam lideranças de outros estados, que têm migrado para o Rio nos últimos meses.
Segundo a PM, há um aumento no número de lideranças criminosas fora do estado em comunidades cariocas como decorrência de uma decisão judicial que limita as operações policiais no RJ, proferida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
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