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Rio: Família diz que mulher foi baleada ao procurar irmão morto em operação

IML do Rio de Janeiro registra movimentação de familiares dos mortos em operação policial no Rio de Janeiro - Marcela Lemos/Colaboração para o UOL
IML do Rio de Janeiro registra movimentação de familiares dos mortos em operação policial no Rio de Janeiro Imagem: Marcela Lemos/Colaboração para o UOL

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

25/05/2022 12h24

Parentes e amigos da vendedora Carla Caroline da Silva, 18, denunciam que a mulher foi baleada ontem na mata da Vila Cruzeiro quando estava à procura do corpo do irmão Carlos Henrique Pacheco da Silva, 23. Ele é um dos 25 mortos na operação policial que já foi identificado pela Polícia Militar.

A mulher foi levada para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, na zona norte, onde passou por cirurgia. Segundo a família, ela está sob custódia na unidade hospitalar, apontada como criminosa. Procurada pelo UOL, a Polícia Militar disse que desconhece da prisão dela.

Até o momento, há registro de 25 óbitos na favela que integra o Complexo da Penha, na zona norte da cidade.

Mapa Rio de Janeiro - Folhapress - Folhapress
Imagem: Folhapress

Uma mulher que pediu para não ter o nome divulgado, por questões de segurança, disse que, antes de ir para mata, Carla foi até o hospital à procura do irmão. "A gente foi no hospital procurar por ele. Ela se identificou lá, deu identidade. Saímos e fomos para a mata. Lá ela acabou baleada".

Segundo os parentes, Carlos é considerado foragido no Pará. "Ela ajuda nas vendas de lanches na Vila Cruzeiro. Atende pedidos feitos pela Internet. Ela veio de Belém e estava há um ano lá".

"Entraram para matar"

Outra parente, que pediu para não ter o nome divulgado, acusa a PM de ter entrado na favela para matar. Ela disse que Maycon Douglas Alves Ferreira, 29, estava dormindo no momento da operação e acordou para fugir. Ele é um dos 10 identificados até o momento.

A parente confirmou ao UOL que Maycon tinha envolvimento com o tráfico, mas afirmou que esperava que ele fosse preso pela polícia.

"Eles entraram para matar às 3h. A PM mente. Como um grupo de 50 pessoas vai andar todo junto pela cidade? Isso não tem lógica".

A mulher contesta a versão das Forças de Segurança que afirmaram monitorar um grupo de traficantes que iria se deslocar para a Rocinha, comunidade da zona sul do Rio, para uma prática criminosa.

Maycon tinha uma perna mecânica. Ele precisou amputar a perna há cinco anos por já ter sido baleado em outra ocasião.