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PGR e Justiça discutem sobre buscas a repórter e indigenista desaparecidos

O jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira  - Foto@domphillips no Twitter e Bruno Jorge/ Funai
O jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira Imagem: Foto@domphillips no Twitter e Bruno Jorge/ Funai

Do UOL, em São Paulo

06/06/2022 18h16Atualizada em 06/06/2022 18h29

O PRG (Procurador-geral da República), Augusto Aras, e o ministro da Justiça, Anderson Torres, se reuniram na tarde de hoje, em Brasília, para discutir as providências que estão sendo realizadas e que podem ser tomadas para encontrar o indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês e colaborador do jornal The Guardian, Dom Phillips, desaparecidos desde domingo (5).

De acordo com uma nota no site do MPF (Ministério Público Federal), o órgão já está acompanhando o caso. No encontro com Torres, Aras apontou a necessidade do ministério e da pasta trabalharem juntas nas buscas e no andamento do caso.

"O Ministério Público Federal (MPF) atua tanto em primeira instância, com os procuradores lotados na região, quanto por meio da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais (6CCR) e do procurador-geral, que mantém interlocução permanente com os representantes de outras instituições com atuação no caso."

Ainda nesta segunda-feira, o MPF realizou outra reunião para tratar dos trâmites logísticos das buscas realizadas na área pela Polícia Federal, Marinha e Força Nacional — que tem bases na região.

Informações obtidas pelo órgão apontam que os agentes dessas forças realizam buscas entre a comunidade São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte (AM), local onde se acredita que o indigenista e o jornalista desapareceram.

"A PGR tem atuado para garantir a estrutura necessária aos procuradores que acompanham o caso direto do Amazonas. A 6CCR também está em contato permanente com os representantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), entidade para a qual o indigenista, licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), presta serviços", finalizou a nota do órgão.

Desaparecimento

Bruno e Dom, que é jornalista do The Guardian, foram vistos pela última vez por volta das 7h de ontem em um barco após saírem da comunidade Ribeirinha São Rafael, no Vale do Javari, na Amazônia. De lá, partiram para a cidade de Atalaia do Norte, onde eram aguardados por duas pessoas ligadas à Univaja. Após um atraso de mais de duas horas, foi dado início às buscas.

A Univaja informou que a dupla se deslocou inicialmente para visitar uma equipe de vigilância indígena próximo à localidade chamada Lago do Jaburu, nas imediações da base da Funai no Rio Ituí, para que o jornalista conversasse com indígenas no local.

Onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

As entrevistas, segundo a Univaja, foram feitas na sexta-feira (3). No retorno, ainda de acordo com a entidade, a dupla foi à comunidade São Rafael, onde Bruno Pereira tinha reunião agendada com o líder comunitário conhecido como "Churrasco" para consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na região, afetada pela ação de invasores.

Ainda segundo a Univaja, Bruno se reuniu com a esposa do líder comunitário, já que ele não estava no local. De lá, partiu em uma embarcação com o jornalista britânico Dom Phillips para Atalaia do Norte. Contudo, a dupla desapareceu antes de chegar ao destino combinado. Até o início da noite de hoje não há informação sobre o paradeiro dos desaparecidos.