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Julgamento de Flordelis, acusada de matar marido, é adiado para dezembro

A ex-deputada federal Flordelis - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
A ex-deputada federal Flordelis Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Ruben Berta

Do UOL, no Rio

03/06/2022 17h50Atualizada em 03/06/2022 23h17

A juíza Nearis Carvalho Arce, do Tribunal do Júri de Niterói (RJ), determinou nesta sexta (3) o adiamento do julgamento da ex-deputada Flordelis e de outros quatro réus no processo que trata do assassinato do pastor Anderson do Carmo em 16 de junho de 2019.

A sessão que estava prevista para a próxima segunda (6) foi transferida para o dia 12 de dezembro. A decisão vale para a ex-parlamentar, a filha afetiva Marzy Teixeira da Silva, a neta Rayane dos Santos Oliveira, que são representadas pelos mesmos advogados, para o filho afetivo André Luiz de Oliveira e a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues.

A magistrada concordou com os argumentos dos advogados de Marzy, Rayane e Flordelis, que alegaram que há laudos ainda não anexados ao processo, cuja análise seria imprescindível para a ampla defesa das acusadas. As três estão presas desde o ano passado, e a juíza determinou o cancelamento da convocação delas junto à Seap (Secretaria de Administração Penitenciária).

Inicialmente, o adiamento foi concedido apenas à Marzy, Rayane e a ex-parlamentar, mas a juíza ampliou o entendimento ao filho afetivo André Luiz de Oliveira e a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues após os pedidos das defesas.

A defesa de André Luiz alega que não conseguiu realizar a entrevista privada e individual com seu cliente na prisão para que pudesse se preparar adequadamente para o julgamento.

Já os advogados de Simone dizem que ela está com uma "alergia severa emocional" depois da perda de um parente, em março deste ano, o que a impediria de estar em plenas condições físicas e psicológicas para a sessão.

Flordelis, que está presa desde agosto, é acusada pelo Ministério Público de ser a mandante do assassinato do marido Anderson do Carmo, com o apoio dos filhos. Para os promotores, ela "arquitetou toda a empreitada criminosa, arregimentou, incentivou e convenceu o executor direto e os demais denunciados a participarem do homicídio".

Na postagem mais recente na página da ex-deputada no Instagram, de 25 de maio, que trata do julgamento no Tribunal do Júri de Niterói, sua defesa afirma que "inocentes que vem sendo severamente achincalhados na mídia e no tribunal não podem responder pelo que não fizeram". "Essa certeza nos move na busca de justiça neste julgamento".

Filhos condenados

Em novembro do ano passado, após 15 horas, os filhos de Flordelis Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cézar dos Santos de Souza foram condenados por envolvimento na morte do pastor.

Flávio, acusado de efetuar os disparos que mataram Anderson, foi condenado a 33 anos e dois meses de prisão por homicídio, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento falso e associação criminosa. Já Lucas, acusado de ter comprado a arma usada no crime, recebeu uma pena de sete anos e seis meses de prisão por homicídio.

Em abril, após mais de 21 horas de julgamento, o Tribunal de Júri de Niterói decidiu absolver Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filho adotivo da ex-deputada Flordelis, das acusações de homicídio triplamente qualificado e de tentativa de homicídio contra Anderson.

Carlos Ubiraci e outros três réus foram condenados, no entanto, por uso de documento falso e associação criminosa armada por se envolveram na elaboração de uma falsa carta onde Lucas Cézar dos Santos, outro filho adotivo de Flordelis, assumiria toda a culpa pela morte do pastor, então marido da política.