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Gaivota fica com anzol preso perto da garganta e passa por 'operação' em SP

Após ter o anzol retirado, a gaivota está tomando antibióticos para tratar um abcesso causado por infecção na ferida - Divulgação/Instituto Biopesca
Após ter o anzol retirado, a gaivota está tomando antibióticos para tratar um abcesso causado por infecção na ferida Imagem: Divulgação/Instituto Biopesca

Colaboração para o UOL

24/06/2022 21h01

Com um anzol preso dentro da cavidade oral, próximo da garganta, uma gaivota precisou passar por um procedimento veterinário delicado para retirá-lo. Ela foi resgatada, na quarta-feira (22), no litoral sul de São Paulo, por biólogos do Instituto Biopesca que conseguiram, com sucesso, retirar o objeto perfurante de seu bico, um apetrecho chamado garateia.

De acordo com o biólogo do Instituto Marcio Ohkawara esse tipo de anzol é comumente utilizado na região. A garateia é um tipo de anzol formado por três ganchos pontiagudos, muito utilizado na pesca de peixes-espada, barracudas ou dourados, seja com iscas artificiais, seja com iscas naturais.

A tentativa da ave em comer a isca presa no anzol é uma das possibilidades que podem explicar o acidente. A pesca com garateia não é proibida, mas a Polícia Ambiental informa que o método comumente utilizado, chamado "lambada", é.

Esta forma de pesca é executada normalmente com garateias e chumbadas pesadas. Uma ou várias garateias na mesma linha são lançadas em meio ao cardume. O peixe é fisgado e arrastado para a superfície por diversas partes do corpo.

A proibição do método se dá porque, muitas vezes, os anzóis causam ferimentos em peixes que não deveriam ser capturados (espécies protegidas ou em tamanho inferior ao permitido). O peixe ferido fica exposto a alto estresse, podendo adoecer, ou ficar mais sujeito a predadores.

Inflamação e infecção

Na gaivota, a perfuração provocada pela garateia provocou um abscesso, formado em consequência de uma inflamação. A ferida estava infeccionada. Para conduzir a retirada de forma segura, a ave foi submetida a uma radiografia.

O pássaro continua em tratamento com antibióticos na sede do Instituto. Desde que começou a executar o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, o Instituto Biopesca já recolheu ou resgatou 162 gaivotas, sete delas envolvidas em algum tipo de acidente relacionado à pesca.