Topo

Esse conteúdo é antigo

Jovem arranhado por gato pega raiva humana e vai parar na UTI no DF

Imunização de cães e gatos é importante para conter casos da doença - Andre Borges/Agência Brasília
Imunização de cães e gatos é importante para conter casos da doença Imagem: Andre Borges/Agência Brasília

Do UOL, em São Paulo

06/07/2022 10h53Atualizada em 06/07/2022 11h13

Um jovem com idade entre 15 e 19 anos está internado em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) após contrair raiva humana no Distrito Federal. A informação foi confirmada ontem pela SES-DF (Secretaria da Saúde do Distrito Federal) em entrevista coletiva, que anunciou a antecipação da Campanha de Vacinação Antirrábica para hoje.

O garoto foi arranhado no braço por um gato no dia 15 de junho, mas só uma semana depois começou a apresentar sintomas como dor no corpo, dor nas articulações e dor nos olhos. Para preservar a família e o rapaz, a pasta não deu mais detalhes do caso, como sua identidade e idade exata.

O diretor de Vigilância Epidemiológica da secretaria, Fabiano Martins, recomendou que a pessoa que sofreu algum arranhão de um gato ou cachorro procure ajuda médica.

"Existem dois tratamentos: o tratamento com soro e tratamento com vacina. O tratamento com a vacina é profilático, mas a proteção que a vacina vai promover para a pessoa que se expôs ao risco demora um tempo maior. O soro é uma proteção natural, então vai inibir qualquer infecção imediata. Quem tem condições de avaliar se a pessoa vai tomar o soro ou a vacina é o profissional da saúde", explicou o diretor.

O epidemiologista também contou que não é necessário ter pânico, pois a raiva é uma doença capaz de prevenção. "O simples ato de lavar a lesão com água e sabão a partir do incidente, é capaz de diminuir as chances e possibilidades de haver contaminação da lesão. Claro que essa medida isolada não resolve, mas se a pessoa não faz isso em casa, quando ela vai ao hospital o primeiro procedimento a ser tomado é lavar o local".

Quanto ao animal, Martins afirmou que o paradeiro dele é desconhecido. O diretor-substituto de Vigilância Ambiental da SES-DF, Lauricio Monteiro Cruz, chamou a atenção para que não se mate o animal em caso de agressão, sendo necessário procurar imediatamente uma unidade de saúde para apurar o ocorrido.

O vírus da raiva fica presente na saliva de animais infectados e é transmitido principalmente por meio de mordeduras e, eventualmente, pela arranhadura e lambedura de mucosas ou pele lesionada, de acordo com a SES.

Vacinação Antirrábica

A Secretaria de Saúde alertou à população para a antecipação da Campanha de Vacinação Antirrábica a partir de hoje. A medida preventiva foi necessária por causa da confirmação do caso de raiva humana.

O Distrito Federal não registrava casos da doença em humanos desde 1978, segundo a Secretaria da Saúde. O último caso diagnosticado de raiva em cães foi em 2000 e, em gatos, no ano de 2001. O vírus rábico circula no DF em quirópteros, nos bovinos, equídeos e outros animais.

Vacinação em cães e gatos

O Ministério da Saúde conta com o PNPR (Programa Nacional de Profilaxia da Raiva) desde 1973, para manter, no curto prazo, uma parcela de cães e gatos imunes ao vírus. É estimado que a população de cães e gatos em todo o Distrito Federal seja de 345.033, dos quais 308.419 são cães e 36.613, gatos. A expectativa é vacinar pelo menos 80% da população animal, segundo a SES.