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Saiba quem era Marcelo Arruda, guarda municipal morto por bolsonarista

Marcelo Arruda comemorava seus 50 anos com uma festa temática do PT e com foto do ex-presidente Lula - Reprodução/Redes sociais
Marcelo Arruda comemorava seus 50 anos com uma festa temática do PT e com foto do ex-presidente Lula Imagem: Reprodução/Redes sociais

Do UOL, em Brasília

10/07/2022 18h01

Morto na noite de sábado (9) quando comemorava seu aniversário de 50 anos na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, o guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda era casado com a investigadora da policial civil Pâmela Suellen Silva, de 38 anos, e tinha quatro filhos. Filiado ao PT há 30 anos, Arruda foi morto após trocar tiros com o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Arruda era formado em biologia pela UniAmérica Centro Universitário, de Foz do Iguaçu, onde se graduou em 2003. Guarda municipal da cidade há 28 anos, ele fez parte da primeira turma da corporação.

Amigo e companheiro de turma de Arruda na guarda municipal, Marcelo Iared Henriques o descreveu, durante entrevista à GloboNews, como uma "pessoa aguerrida" e "pai de família exemplar", que "não media esforços em lutas sindicais, em prol da classe e das demais categorias da prefeitura municipal".

De fato, a relação de Arruda com a política e as lutas sindicais era antiga. Ele era diretor da executiva do Sismufi (Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu), além de filiado ao PT. Em sua festa de aniversário de 50 anos, o tema era o partido e havia imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à presidência.

Em 2020, Arruda foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu, na chapa encabeçada por Luiz Henrique Dias da Silva, também do PT. A dupla obteve apenas 2.884 votos válidos, ou o equivalente a 2,2% do total. Na época, Arruda declarou à Justiça possuir apenas um bem: um Toyota Corolla no valor de R$ 25 mil.

Em nota, o PT do Paraná afirmou que o guarda municipal era um "companheiro ativo nos trabalhos sindicais, na criação e manutenção do Setorial de Segurança Pública do Estado do Paraná". O partido o descreveu como um cidadão "sempre dinâmico, engajado e prestativo", que "sempre lutou por uma sociedade solidária, justa e fraterna".

Arruda tinha dois filhos com Pâmela Suellen Silva: um com seis anos e outro com apenas 40 dias.

Nas redes sociais do guarda municipal, eram comuns postagens com críticas a Bolsonaro e apoio a Lula. Em sua última atualização no Facebook, feita no sábado, quando completava 50 anos, Arruda publicou uma nova foto em seu perfil, onde aparece de camiseta preta, sorrindo.