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Mulher que usava desfibrilador morre durante endoscopia em clínica de BH

Cleonice Ribeiro da Silva Soares, 49, teve parada cardiorrespiratória durante exame; ela usava desfibrilador - Reprodução/Facebook
Cleonice Ribeiro da Silva Soares, 49, teve parada cardiorrespiratória durante exame; ela usava desfibrilador Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

20/07/2022 12h25Atualizada em 20/07/2022 15h34

Uma mulher de 49 anos morreu enquanto passava por uma endoscopia em uma clínica no bairro Barreiro, em Belo Horizonte. A vítima, identificada como Cleonice Ribeiro da Silva Soares, usava um desfibrilador desde 2019 — o aparelho é usado para restabelecer o ritmo cardíaco de pessoas que sofram algum tipo de arritmia no coração, emitindo uma carga elétrica no órgão.

O médico e a enfermeira que realizavam o exame na paciente afirmaram que ela não informou à equipe sobre o aparelho. Ela foi sedada com medicação intravenosa — aplicada diretamente na veia. Pouco depois do início do procedimento, Cleonice começou a apresentar dificuldades para respirar e acabou sofrendo uma parada cardiorrespiratória.

As informações, fornecidas pelos profissionais de saúde, foram confirmadas ao UOL pela Polícia Militar de Minas Gerais. A corporação foi acionada às 10h38 de segunda-feira (18) e, ao chegar à clínica CDI Barreiro, encontrou a mulher já morta.

O médico relatou aos policiais que realizou massagem cardíaca para tentar reanimar a paciente, sem sucesso. Uma equipe do Samu também foi chamada, mas Cleonice já não apresentava sinais vitais.

A enfermeira que acompanhava o exame afirmou que, ao ser questionada, a paciente relatou apenas sofrer de hipertensão e detalhou alguns medicamentos que tomava, mas sem mencionar o desfibrilador. Os dados da consulta prévia foram entregues à polícia em uma ficha, preenchida e assinada pela enfermeira e carimbada pelo médico, mas sem a assinatura de Cleonice.

Uma segunda ficha, assinada pela mulher, tinha orientações sobre a endoscopia, incluindo advertências e possíveis complicações do procedimento. A filha da paciente, que contou à polícia sobre o uso do cardiodesfibrilador, disse aos agentes que acredita que a mãe tenha avisado a equipe sobre o uso do aparelho.

A Polícia Civil de Minas Gerais informou em nota que instaurou inquérito para apurar a causa e circunstâncias da morte de Cleonice. Seu corpo foi submetido a exames no Instituto Médico Legal Dr André Roquette, para preparação de laudos para a investigação e, em seguida, liberado para os familiares.

O UOL tenta contato com a Clínica CDI por telefone, e-mail e pelos perfis da empresa na internet. Caso haja posicionamento, a matéria será atualizada.

Procedimento em grupos de risco demanda cuidado

Apesar de ser um procedimento frequente, pacientes de grupos de risco que desejam passar pela endoscopia digestiva alta devem fazer o exame preferencialmente em um hospital.

Idosos, pessoas com doenças crônicas — como obesidade —, muito abaixo do peso, ou com algum grau de comprometimento respiratório, entre outras, podem "eventualmente" ter complicações durante o exame, frequentemente usado para detectar problemas gástricos, como explicou à VivaBem o gastroenterologista Henrique Perobelli.

Além disso, o processo de sedação pode variar de paciente para paciente, e necessita de monitoramento das funções respiratórias e circulatórias do paciente — algum deles podem, inclusive, demandar equipamentos para oxigenação e ventilação.