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Mãe de homem que matou a ex o amarrou para entregá-lo à polícia, diz jornal

Mãe de Queven Silva e Silva o amarrou para que ele não fugisse - Reprodução/Extra
Mãe de Queven Silva e Silva o amarrou para que ele não fugisse Imagem: Reprodução/Extra

Do UOL, em São Paulo

28/07/2022 10h40Atualizada em 28/07/2022 14h55

A mãe de Queven da Silva e Silva, 26, amarrou o próprio filho para entregá-lo à polícia após o assassinato de Sarah Jersey Nazareth Pereira, 24, segundo o jornal O Globo. Em depoimento à DHC (Delegacia de Homicídios da Capital), a auxiliar de serviços gerais de 40 anos contou que encontrou o filho "drogado e bêbado" e o convenceu a se entregar após ficar sabendo do crime cometido por ele, mas que tinha receio de uma possível fuga.

Na declaração, obtida pelo diário, ela diz ter tomado conhecimento do caso por meio do outro filho que ouviu "um boato" de que o irmão "tinha feito alguma coisa ruim com Sarah". Ela diz que tentou contato com Silva "diversas vezes" e recebeu como resposta uma confissão, citando uma suposta traição - mesmo com o casal já separado.

"Ela estava me traindo. Eu avisei: 'Faz o que for, mas não me trai'", escreveu ele, segundo o depoimento.

Horas depois, a mãe soube que o suspeito estava no Morro dos Prazeres e foi ao encontro dele, o encontrando "drogado e bêbado", mas o "convenceu a se entregar". De acordo com o jornal O Globo, apesar de o rapaz ter aceitado a sugestão, ele começou a resistir a ideia, levando a mãe e outros familiares a amarrarem os pés e as mãos de Silva. Eles então o levaram, já imobilizado, à rua Almirante Alexandrino, "onde foram recebidos pelos policiais militares".

A mulher também comentou que o relacionamento dos dois sempre foi "conturbada, com diversas brigas". "Ele já agrediu Sarah em outras duas oportunidades, tendo ela sido hospitalizada e internada em razão das agressões", disse a mãe dele, segundo o depoimento.

Entenda o caso

Sarah foi morta a tiros, dentro de casa, no Centro do Rio de Janeiro. Ela foi assassinada na frente da irmã, segundo a investigação. Os dois filhos da vítima, um bebê de 2 meses e uma criança de 4 anos, estavam em outro cômodo do imóvel e não se feriram.

De acordo com a irmã de Sarah, o ex-marido já chegou no local atirando. A vítima foi atingida 16 vezes. Segundo a Polícia Civil, ele tem 47 passagens pela polícia, por crimes como roubo, tráfico de drogas e homicídio. Já havia mandados de prisão em aberto contra Queven da Silva, sendo o último por roubo majorado, isto é, com o uso de arma de fogo mediante violência ou ameaça, em abril de 2021.

O suspeito alegou ter atirado "muito". "Eu desci o morro, enquadrei um mototáxi, coloquei uma pistola nas costas dele e falei pra me levar lá [na casa da vítima]. Chegando lá, dei um tiro na porta, subi, dei um tiro no portão. Entrei dentro do quarto, meu filho e minha filha deitados, o cara lá (...), ela [a vítima] tinha corrido pro quarto da irmã dela, pedi para a irmã dela sair e matei ela. Dei tiros nela. Muitos".

Moravam na casa, além da vítima, a irmã e os dois filhos de Sarah e sua mãe.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.