Surfista conta como grupo achou homem ilhado por 5 dias no RJ: 'Um chamado'
Um grupo de cinco surfistas passou pela Ilha das Palmas, em Grumari, praia da zona oeste do Rio, na manhã de sábado (13), e avistou o jardineiro Nelson Nedy, ilhado no local, balançando uma camisa pedindo ajuda. O homem foi parar na ilha carregado por uma correnteza, após ser derrubado do Mirante do Roncador, na mesma região, por uma onda, cinco dias antes.
O bodyboarder e professor de educação física Felipe Padilha, 46, nascido e criado em Grumari, contou ao UOL que estava em uma moto aquática quando um amigo avistou o homem.
O surfista explicou que, ao avaliar que as condições do local não eram as mais apropriadas para ele mesmo fazer o resgate, o grupo acionou o Corpo de Bombeiros.
"Ele tava tonto, nem ficava em pé direito. Disse para ele esperar um pouquinho, avaliei o cenário e vi que estava impróprio para ele pular até o jet ski. Ou ele pulava ou eu ancorava o jet e ia pegá-lo, mas achei perigoso e acionamos os bombeiros", contou o surfista, que ainda não reencontrou o jardineiro desde o resgate.
Padilha contou ainda que os bombeiros chegaram ao local também em uma moto aquática, mas que o resgate foi feito por um helicóptero. O jardineiro foi levado para um hospital com ferimentos leves. Até ser resgatado, família e amigos divulgavam fotos da vítima o considerando desaparecido.
Emocionado, o surfista lembrou que, momento antes de entrar no mar, o grupo fez uma oração e pediu a Deus que permitisse que eles "fossem benção" na vida de alguém.
"Dificilmente alguém iria para ali; o mar não tinha condições de pescaria, a previsão é para baixar só amanhã. Parece que foi um chamado. A gente orou e clamou a Deus na areia, de mãos dadas. Estamos muito emocionados", completou.
Entenda o caso
À TV Globo, o jardineiro resgatado contou que passou cinco dias ilhado, após ser arrastado pelo mar em Grumari até a Ilha das Palmas. Ele contou ter sobrevivido comendo limões, até mesmo um pedaço de carvão, além de beber água salgada misturada com doce.
Ele contou à emissora que perambulou pelo local tentando encontrar um ponto em que pudesse ser avistado — sem sucesso. Por sorte, ele achou uma barraca usada por pescadores com um cobertor e um colchonete. Foi lá onde ele se abrigou durante o período.
O maior desafio, afirmou Nedy, foi vencer a fome e a sede. "[Fiquei com] muito frio, sem água (...) Caiu uma chuvinha, eu colocava a mão nas gotinhas de chuva e apanhava, para molhar a boca. Eu estava com muita sede". Ao caminhar no local, ele encontrou duas garrafas d'água — apenas uma era limpa — e decidiu misturar com água do mar de modo a ter o que beber por mais tempo.
O homem só foi resgatado no sábado, após o Corpo de Bombeiros ser acionado.
Nedy foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Ele já foi liberado e passa bem.
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