Monitor é preso suspeito de importunação sexual contra alunas em BH
Um monitor de dança de 25 anos foi preso após ser denunciado por importunação sexual contra alunas de 13 e 14 anos de uma escola de Belo Horizonte. O caso ocorreu ontem à tarde, na Escola Municipal Jardim Vitória. Segundo boletim de ocorrência, quatro adolescentes do 8º ano denunciaram o professor. No entanto, segundo fontes ouvidas pelo UOL, as vítimas somam sete.
Uma das vítimas, de 13 anos, relatou à Polícia Militar que o monitor ficou encarando os seios e as nádegas dela. Ela foi instruída a escrever o usuário dela em uma rede social na lousa e, enquanto registrava o nome, o homem passou as mãos nas nádegas dela. Ela informou que, na sequência, entregou a caneta para o professor e saiu de perto dele.
Uma segunda vítima da mesma idade contou que o monitor realizou uma dinâmica de alongamento antes da aula de dança. Ela diz que ele se aproximou para estralar as costas dela, "encochando-a". Ela informou que se afastou para ir ao banheiro por ter ficado incomodada com a situação.
A cena foi flagrada por uma outra aluna, de 14 anos, que disse que achou o procedimento feito pelo monitor "estranho" e que, na sequência, pegou uma blusa de frio de um colega para vestir-se com receio do olhar dos docentes para as alunas. A adolescente ainda afirmou que o professor já tinha entrado na sala "olhando diferente para as meninas" e que, durante a dinâmica, ele "alisou o ombro e apertou o braço" dela sem falar nada, segundo consta no boletim de ocorrência.
A quarta aluna ouvida pela Polícia Militar também tem 14 anos e relatou que o monitor colocou uma música para tocar que continha palavrões. Ela disse que o docente dançava até o chão levantando a blusa e que olhava de maneira estranha para as colegas. Em dado momento, ele pediu para que a adolescente buscasse um copo de água para ele e, neste momento, "pegou ela no ombro e desceu a mão alisando seus seios". A vítima ficou constrangida e saiu da sala. Ao retornar, ela informou que o homem disse: "se você souber dançar, eu caso com você."
Monitor negou acusações
À corporação, o monitor confirmou que realizou a dinâmica de alongamento e que, para ensinar um procedimento que seria realizado em duplas, solicitou voluntários para estalar as costas. Uma das alunas, que ele não soube precisar o nome, se voluntariou. Ele disse que avisou a ela que colocaria o peitoral nas costas dela e que não encostou outra parte do corpo nela. Além disso, ele ainda negou que durante a aula tenha mantido contato físico com outras alunas.
Segundo a SMED (Secretaria Municipal de Educação), o monitor envolvido nas denúncias não faz parte do quadro de servidores da Prefeitura de Belo Horizonte. Ele é vinculado a uma empresa terceirizada para uma ação pontual e, segundo relatos, era a primeira vez que o docente dava aulas na unidade.
"Diante do ocorrido, a Prefeitura optou por não mais firmar contratos com a empresa prestadora dos serviços. Informamos ainda que a direção da escola, assim como a diretora regional da SMED, estão prestando todo o apoio às famílias", diz comunicado.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que ratificou a prisão em flagrante do suspeito por importunação sexual e estupro de vulnerável e que segue investigando o caso sob sigilo na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente.
"Cenário de desespero", diz mãe
Em entrevista ao UOL, a mãe de uma das alunas da escola, que não quis se identificar, afirmou que a direção foi avisada sobre o assunto após uma das crianças chorar muito no momento de intervalo. Segundo ela, quando o fato chegou à direção, o professor foi trancado em uma sala de aula e as alunas em outra.
"Foi um cenário de desespero, as crianças ficaram muito assustadas, o diretor reuniu todo mundo no pátio, falando com as meninas que 'uma agarradinha não arrancava pedaço', e que a culpa era delas, que elas ficavam se insinuando para o cara e que tinham que prestar mais atenção, que isso nem era uma coisa tão grande porque acontecia diariamente nas ruas", afirmou.
"Nós pais estamos muito assustados. Fomos atrás de respostas, fomos atrás de posicionamento. Em momento nenhum a escola foi solidária, nos trouxe conforto, nem nos deu assistência nenhuma. A gente está totalmente com medo de mandar as crianças para a escola, porque deveria ser um local seguro, onde a gente confia para deixar nossas crianças e ir trabalhar, mas, infelizmente, não", disse.
O UOL buscou a Secretaria Municipal de Educação para saber se o órgão gostaria de se pronunciar sobre as denúncias de falas sexistas por parte do diretor, mas não recebeu retorno até o momento.
Alunas, pais e responsáveis organizaram um protesto contra o caso na escola. O UOL tenta localizar a defesa do monitor.
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