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Quatis 'invadem' casa e consomem 4 kg de bacon e 1 litro de pinga: 'Choque'

Do UOL, em São Paulo

16/09/2022 22h38Atualizada em 20/09/2022 11h45

Uma moradora do Parque das Acácias, em Campo Mourão (PR), tem sofrido com uma presença massiva de quatis na residência. A cuidadora de idosos Nadir de Fátima Henrique, 57, teve a casa destruída mais de uma vez nesta semana e contou ao UOL que os animais chegaram a comer 4 kg de bacon e um litro de pinga que armazenava na cozinha. Segundo ela, outros vizinhos têm passado pela mesma situação.

A primeira "invasão" ocorreu na segunda-feira (12). Nadir conta que só foi notar a destruição após voltar para casa depois do expediente, que termina às 23h. "Quando eu cheguei em casa, eles tinha comido tudo. Foram umas cinco ou seis maçãs, abacaxi, um pacote de pão integral, outro de pão de forma, 4 kg de bacon, biscoito de polvilho, torrada, chocolate... tudo o que tinha", relatou ela.

A princípio, a cuidadora de idosos pensou que pudesse se tratar de um roubo, já que a casa dela já foi arrombada uma vez. "Eu fiquei em estado de choque. Pensei que se fosse ladrão teriam forçado a porta da cozinha. Mas aí eu vi a janela, que tinha as marcas das patinhas. Além disso, tinha muitas fezes, estava um odor muito forte."

O incidente voltou a se repetir durante os outros dias da semana e Nadir contou que os quatis chegaram a tomar um litro de pinga, comer um pote inteiro de margarina, outro de torresmo e ainda ingeriram sabão em pó. "Nunca tinha acontecido isso, agora essa semana tá com muita frequência. Eles acabam com tudo, roupa, calçado. Eles não têm asas, mas é como se voassem, porque conseguiram subir em lugares altos do meu armário."

Após dias de destruição, Nadir conta que um primo, que também é vizinho, resolveu cortar os galhos de uma árvore para tentar impedir a entrada dos animais na casa dela. "Acho que isso pode ter ajudado porque hoje de manhã não entrou nenhum", relata ela, que ainda está à espera do conserto da cerca elétrica para ajudar a mitigar o problema.

quatis - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Moradora registrou destruição de quatis em casa
Imagem: Arquivo pessoal

Segundo Nadir, apesar de o caso dela ter resultado em muitos prejuízos, outros vizinhos também têm reclamado da presença massiva de quatis na região. "Um amigo meu que vende melancia disse que está passando por muito prejuízo porque a barraca dele fica sozinha à noite e os quatis estão invadindo." Uma outra vizinha de Nadir, ouvida pelo UOL, comentou que também teve a casa invadida uma vez pelos animais.

"Vão ter que trocar o nome de Parque das Acácias para Parque dos Quatis", brinca Nadir.

Segundo o IAT-PR (Instituto Água e Terra do Paraná), a incidência de quatis se deve ao avanço das áreas urbanas em locais onde antes tinha maior presença de animais silvestres. O fenômeno reflete "destruição do habitat natural dos animais, queimadas e a grande oferta e disponibilidade de alimentos no meio urbano", informou o instituto.

Para evitar o aparecimento dos animais, o instituto recomenda não dispor alimentos em áreas externas, mantendo-os no interior das residências com embalagens fechadas e dentro dos armários; jogar resíduos orgânicos em embalagem adequada, lacrada e distante do chão; não tocar e alimentar os animais, uma vez que o quati tem uma mordida muito forte "podendo causar sérios ferimentos"; e, por fim, não maltratar ou abater o animal, uma vez que é crime.

"Sem a disponibilidade facilitada de alimentos na zona urbana, os animais silvestres tendem a buscar outras áreas que contém sua dieta alimentar natural (pequenos roedores, insetos, aves e frutos)", finaliza o órgão.