MPF abre inquérito para apurar ataque de pistoleiros contra indígenas no PA
O MPF (Ministério Público Federal) anunciou que vai apurar as circunstâncias de um ataque de pistoleiros contra indígenas hoje no município de Acará, no Pará. Segundo a Segup (Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social), três pessoas ficaram feridas, e uma morreu.
Ainda de acordo com a pasta, durante a manhã, equipes foram informadas de que um veículo, onde estavam quatro pessoas, havia sido atingido por disparo de arma de fogo. O processo para abertura de apuração do caso já teve início, e equipes das polícias Militar e Civil estão na região, para reforçar as ações de segurança e atuar nas investigações do incidente.
A assessoria de comunicação do MPF cita ainda publicação nas redes sociais do professor Elielson Silva, doutor em Ciências e Desenvolvimento Socioambiental. "Mais um capítulo sangrento da guerra do dendê", escreveu o pesquisador na postagem.
A reportagem do UOL entrou em contato com a Funai (Fundação Nacional do Índio) sobre o ataque. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
O deputado federal Airton Faleiro (PT-PA), coordenador do Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia e membro da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, foi às redes sociais repudiar o episódio.
"Manifesto total repúdio ao ataque de pistoleiros a indígenas da etnia Turiwara, hoje no nordeste do Pará. O retorno das políticas agrárias e de proteção aos povos indígenas é urgente, o caso não podem ficar à mercê de criminosos, enquanto nada é feito", escreveu.
Violência contra indígenas. Neste mês, indígenas têm observado uma escalada na violência contra os povos originários no Brasil.
No último dia 4, um adolescente indígena pataxó, identificado como Gustavo Silva da Conceição, de 14 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça após novo ataque de supostos pistoleiros ao grupo da Aldeia Alegria Nova que ocupa uma fazenda de eucalipto situada no Território Indígena Comexatiba, na cidade de Prado, no Sul da Bahia.
Outra vítima foi Vitorino Sanches, 60, da etnia guarani-kaiowá. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, ele foi assassinado por pistoleiros no dia 13 em Amambai, no Mato Grosso do Sul, um mês e 13 dias depois de sobreviver a um ataque a balas na entrada da terra indígena da cidade.
No dia 15, indígenas de nove povos e quatro estados participaram de uma marcha em Brasília para denunciar os assassinatos. Em Nova Iork, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) discursava na Assembleia-Geral da ONU, na terça-feira (20), um grupo de sete lideranças indígenas da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) puxou uma marcha até o Consulado do Brasil.
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