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Ellida Ferreira: Quem era professora morta por marido ex-lutador em SP

Morta pelo marido, Ellida destacava amor pela família e pela formação como pedagoga em suas redes sociais  - Reprodução/Facebook
Morta pelo marido, Ellida destacava amor pela família e pela formação como pedagoga em suas redes sociais Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

12/11/2022 04h00

Ellida Ferreira, 26, morta pelo marido, Luis Paulo Lima dos Santos, dedicava grande parte de suas postagens nas redes sociais à vida ao lado do ex-lutador, com quem tinha se casado em 2021. O homem confessou ter matado a companheira com pelo menos quatro tiros dentro do apartamento do casal, em São Paulo, antes de despejar o corpo em um córrego na zona leste da capital paulista.

Os últimos meses foram movimentados na vida da jovem, que depois do casamento ainda se formou em pedagogia na Uninove (Universidade Nove de Julho) e deu à luz ao seu primeiro filho com Luis, um menino, nascido em abril deste ano.

Em suas últimas postagens no Facebook, Ellida mostrou o ensaio de gestante que fez semanas antes do nascimento do bebê, destacando o momento especial "para ela e o marido" e, pouco depois, publicou o rosto do menino.

Definida como uma mulher "carinhosa" pelos familiares, Ellida também mostrava sua conexão com a vida ao lado de Luis em sua biografia na rede social. No espaço, usado para destacar as características mais relevantes do perfil, a professora se definia como "pedagoga, esposa e mãe", além de mostrar sua visão sobre outras questões políticas e sociais, se dizendo parte da "direita conservadora" e "pró-armas".

Ainda de acordo com outra rede social, apesar de ter se formado em pedagogia, nos últimos quatro anos, Ellida trabalhava como vendedora em uma academia, mesmo ramo do companheiro.

O irmão dela, Valdir Lima, contou que a mulher e o marido estavam juntos havia três anos e que, em ligações com a família, a mulher nunca havia falado sobre problemas conjugais com o ex-lutador de MMA, dono de uma academia em São Paulo.

A mãe da vítima também reforçou a aparente harmonia do casamento em entrevista ao Encontro, em que também deu detalhes sobre a visita do genro, que pouco depois do crime foi à casa da sogra afirmando que a mulher tinha sumido após ir à Rodoviária do Tietê para pegar um ônibus com destino a Campinas, onde a mãe mora.

"Eu sempre ia lá, ele sempre me tratava bem e eu sempre via ele tratando a minha filha bem. Jamais imaginei que ele seria capaz de fazer isso", afirmou Luzineide.

Entenda o caso

Ex-lutador profissional de MMA, Luis Paulo Lima dos Santos foi preso na quarta-feira (10), dois dias após a polícia encontrar o corpo de Ellida em um córrego da zona leste de São Paulo.

De acordo com o delegado Bruno Cogan, o parceiro da professora confessou ter atirado quatro vezes contra ela.

Informações dadas por ele à polícia, quando ele prestou um boletim de ocorrência para "disfarçar" o crime, apontavam que a vítima havia desaparecido na Rodoviária do Tietê, na zona norte da capital paulista, onde deveria pegar um ônibus para visitar a mãe, em Campinas.

Imagens das câmeras de segurança obtidas pela polícia mostram Luis Paulo saindo do apartamento onde o casal morava, na Vila Matilde, bairro da zona leste de São Paulo, com o corpo da mulher em um carrinho de compras.

Para o delegado do caso, "há indícios de que seria por motivo de ciúmes, mas ainda precisa ser apurado com profundidade". Os vizinhos do casal contaram aos investigadores que ouviram tiros na última sexta-feira.

Segundo a Record TV, o corpo da vítima foi encontrado com sinais de violência, enrolado em lençóis e plástico e com os braços amarrados.

Em nota, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) afirmou que "foram solicitados exames ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML) para esclarecer todas as circunstâncias" da morte.

O UOL questionou a SSP e a Defensoria Pública do estado sobre o acionamento de um representante legal para Luis, mas ainda não obteve retorno. A Defensoria Pública de São Paulo também foi procurada e disse que não houve qualquer solicitação de defensor do órgão para atender Luis.

O espaço permanece aberto para manifestação da defesa. A Polícia Civil também não confirmou se Luis tinha registro para portar armas de fogo.