Mulher que matou noivo em motel responde por crimes diferentes em GO e DF
A bacharela em direito Marcella Ellen Paiva Martins, 31, foi indiciada por dois crimes em Goiás e é investigada por um terceiro no Distrito Federal. A ex-modelo confessou ter atirado e matado o noivo, o consultor empresarial Jordan Guimarães Lombardi, 40, em um quarto de motel na madrugada do dia 9 de novembro.
No relatório do inquérito policial, o delegado da Polícia Civil de Goiás, Rafhael Neris Barbosa, indiciou Marcella pelos crimes de roubo com emprego de arma de fogo e posse de droga para consumo pessoal. O primeiro delito diz respeito a fuga de Marcella após o crime.
No documento, obtido pelo UOL, o motorista de uma kombi, abordado pela bacharela em Girassol (GO), informou que ela tinha dito ter sido estuprada e que queria o veículo. Ela ainda pediu pelo aparelho celular dele desbloqueado, sob ameaça de morte.
O homem deixou o veículo nas mãos de Marcella e fugiu pela BR-070, pedindo socorro. Ainda segundo a polícia, Marcella "estava visivelmente sob efeito de drogas" durante a abordagem e confessou ser usuária. "Como ela fugiu para minha área, eu fiquei só com essa parte final", explicou o delegado Barbosa ao UOL.
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Já o crime de homicídio ficou a cargo da Polícia Civil do Distrito Federal, uma vez que o corpo do consultor foi encontrado no Motel Park Way, no Setor de Postos e Motéis Sul, no Distrito Federal. Procurada pela reportagem, a Polícia Civil disse que a 11ª DP está investigando o caso. "O inquérito destina-se à colheita de provas relacionadas ao fato criminoso", informou o órgão em nota, acrescentando que não haverá atendimento à imprensa no momento.
Marcella foi presa pela polícia de Goiás e foi encaminhada para o presídio de Barro Alto (GO). O advogado Johnny Cleik Rocha da Silva, responsável pela defesa dela, informou que pedirá à Justiça pela liberdade temporária da ex-modelo para que ela possa tratar um tumor no cérebro em hospital especializado.
"O fato é que a Marcella vai precisar de atendimento médico com urgência. Nosso pedido de liberdade provisória se baseia nisso. Vou pedir que ela saia para poder realizar o tratamento", afirmou o advogado da ex-modelo anteriormente.
O crime
O caso da bacharela em direito repercutiu nacionalmente por conta dos detalhes inusitados de sua fuga após a morte do noivo, atingido por um tiro de arma de fogo no olho, na madrugada do dia 9 de novembro.
Após atirar contra Jordan dentro de um quarto de hotel em Brasília, ela teria fugido nua do local, usando o veículo do noivo, um Audi Q7. Como o carro, que pertence à empresa da vítima, é rastreado, ele parou de funcionar cerca de seis quilômetros depois.
Segundo a defesa de Marcella, ela convenceu Jordan a comprar a arma do crime para defender um membro da família dele que estaria submetido a uma situação de violência.
O casal teria discutido por ela exigir que o noivo tomasse atitude para defender essa pessoa e, durante a discussão, ela teria ameaçado o noivo com a arma. Diante da ameaça, Jordan teria a desafiado e aplicado dois tapas nela. "Foi nesse momento que ela conta que, sem pensar, apertou o gatilho", contou o advogado.
Ele ainda informou que, na tentativa de continuar fugindo, ela teria abordado duas vans escolares, sem sucesso, antes de "pegar carona" em um caminhão que a conduziu até Girassol (GO), onde o motorista, assustado, parou em um posto de gasolina e fugiu correndo. Cansada, ela decidiu se entregar.
O casal havia se conhecido há dois anos, em São Paulo, para onde a suspeita tinha se mudado em busca de "tentar a vida como modelo". Jordan trabalhava na capital paulista como sócio de uma empresa de consultoria empresarial norte-americana.
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