Topo

Esse conteúdo é antigo

Chacina do DF: Justiça recebe denúncia da promotoria e acusados viram réus

Chacina no DF vitimou dez pessoas da mesma família no Distrito Federal - Reprodução/Twitter
Chacina no DF vitimou dez pessoas da mesma família no Distrito Federal Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

08/02/2023 17h44Atualizada em 08/02/2023 17h44

O Tribunal do Júri de Planaltina recebeu hoje a denúncia do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) contra os cinco investigados no envolvimento na chacina que vitimou dez pessoas da mesma família no Distrito Federal.

Com a decisão, Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Carlomam dos Santos Nogueira, Fabrício Silva Canhedo e Carlos Henrique Alves da Silva, então denunciados, viraram réus no processo e começam a responder por todos os crimes apontados pela promotoria de justiça. De acordo com o MP, os cinco homens cometeram mais de 100 crimes.

A denúncia havia sido oferecida pela promotoria em 2 de fevereiro. Se condenados, as penas somadas podem chegar a 385 anos de prisão.

Os crimes pelos quais os réus foram denunciados:

    Gideon Batista de Menezes: homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), homicídio duplamente qualificado (uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro, constrangimento ilegal com uso de arma, associação criminosa e roubo.

    Horácio Carlos Ferreira Barbosa: homicídio quadruplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, intenção de obter impunidade para outro crime e vítima menor de 14 anos), homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), homicídio duplamente qualificado (uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, extorsão mediante sequestro, sequestro e cárcere privado, constrangimento ilegal com uso de arma, associação criminosa, roubo e fraude processual.

    Carlomam dos Santos Nogueira: homicídio quadruplamente qualificado (uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, intenção de obter impunidade para outro crime e vítima menor de 14 anos), homicídio triplamente qualificado (emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime), extorsão mediante sequestro, corrupção de menor, ocultação e destruição de cadáver, sequestro e cárcere privado, ameaça com uso de arma, associação criminosa, constrangimento ilegal com uso de arma e roubo.

    Carlos Henrique Alves da Silva: homicídio duplamente qualificado (recurso que dificultou a defesa da vítima e intenção de obter impunidade para outro crime) e sequestro e cárcere privado.

    Fabrício Silva Canhedo: extorsão mediante sequestro, associação criminosa, roubo e fraude processual.

    Quem são as vítimas da chacina no DF:

    • Elizamar da Silva, 39, cabeleireira;
    • Rafael da Silva, 6, filho gêmeo de Elizamar e Thiago;
    • Rafaela da Silva, 6, filha gêmea de Elizamar e Thiago;
    • Gabriel da Silva, 7, filho de Elizamar e Thiago;
    • Thiago Gabriel Belchior, 30, marido de Elizamar, que chegou a ser considerado suspeito de ser mandante do crime;
    • Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, sogro de Elizamar;
    • Renata Juliene Belchior, 52, sogra de Elizamar;
    • Gabriela Belchior, 25, cunhada de Elizamar;
    • Claudia Regina Marques de Oliveira, ex-esposa de Marcos;
    • Ana Beatriz Marques de Oliveira, 19, filha de Claudia e Marcos.

    Relembre o caso

    A ideia dos criminosos, de acordo com a polícia, era se apossar de um terreno para vendê-lo. Mas, para evitar que qualquer herdeiro reivindicasse a posse do imóvel, os assassinatos foram se estendendo para toda a linha sucessória familiar.

    O crime teve início na chácara em Itapoã, quando Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, a esposa Renata Juliene Belchior, 52, e a filha deles, Gabriela Belchior de Oliveira, 25, foram rendidos. Na ocasião, em 28 de dezembro, dois suspeitos que trabalhavam no local facilitaram a entrada de outros dois criminosos, e fingiram também serem vítimas.

    O primeiro a ser morto foi Marcos, que levou um tiro na nuca, e ainda respirava quando foi esquartejado, conforme indicaram os criminosos em depoimento à polícia.

    Além disso, seis corpos foram carbonizados e encontrados dentro de carros em Goiás e Minas Gerais. A cabeleireira Elizamar da Silva, 39, e três filhos dela, Rafael, Rafaela e Gabriel, de 6 e 7 anos, foram encontrados em Cristalina (GO). Em Unaí (MG), os outros dois corpos carbonizados eram de Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior, 25, mãe e filha, sogra e cunhada de Elizamar.

    Outros três corpos foram encontrados em uma fossa em Planaltina (DF). As vítimas foram identificadas como Thiago Belchior, marido de Elizamar; Claudia Marques de Oliveira, ex-mulher de Marcos Antônio; e Ana Beatriz Marques de Oliveira, filha de Claudia e meia-irmã de Thiago.