Garimpo contamina 2 em cada 10 peixes em Boa Vista, a 250 km de TI Yanomami
Os peixes em Roraima estão sendo afetados pelo garimpo ilegal, mesmo os distantes da Terra Indígena Yanomami, mostrou uma pesquisa feita em conjunto pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a UFRR (Universidade Federal de Roraima) e os institutos Socioambiental e Evandro Chagas.
Na capital Boa Vista (246 km do território yanomami), dois em cada dez peixes não eram seguros para consumo.
Em algumas espécies, a contaminação por mercúrio é tão alta que não existe mais nível seguro para consumo. É o caso dos peixes carnívoros, como barba chata, coroataí, filhote, piracatinga e pirandirá.
Se a contaminação não acabar, em breve, não teremos mais peixe saudável para comer.
disseram representantes da federação de pescadores de Roraima à agência Fiocruz
Para fazer o estudo, os pesquisadores coletaram peixes de quatro pontos na bacia do Rio Branco entre fevereiro e março de 2021. Em três desses, as concentrações de mercúrio eram iguais ou maiores que o limite estabelecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Segundo os especialistas, 45% do mercúrio usado nos garimpos ilegais é despejado sem qualquer tipo de tratamento nos rios e igarapés da Amazônia. A substância pode permanecer até cem anos na natureza, envenenando os rios e a terra, além de causar doenças em seres humanos e animais.
Os garimpeiros usam o metal para separar o ouro dos demais sedimentos. Em altas concentrações, o mercúrio afeta o funcionamento do sistema nervoso e do cérebro, causando fraqueza e problemas de visão, por exemplo.
Em grávidas, a contaminação pode causar abortos ou fazer com que os bebês nasçam com paralisia cerebral, deformidades e malformações.
Um relatório publicado no ano passado mostrou que o garimpo na Terra Indígena Yanomami cresceu 3.350% entre 2016 e 2020.
*Com informações do Ministério da Saúde e da Agência Fiocruz
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