Morte no PR: Homem pediu anestésico e negou alergia, diz defesa de tatuador
A defesa do tatuador cujo cliente morreu durante uma sessão afirmou hoje que a vítima pediu aplicação de anestésico e que alegou não ter nenhuma alergia antes do trabalho começar.
Os advogados disseram que o artista usou um spray de lidocaína, "produto comum entre os tatuadores" e que "não houve nenhuma irregularidade", em nota ao UOL. Além disso, eles alegam que o cliente teria assinado um termo de responsabilidade, em que garante não ter nenhuma alergia.
O ocorrido é trágico, entretanto, atribuir a causa morte ao tatuador José, sem que exista uma investigação completa, se demonstra uma decisão precoce, pois podem existir circunstâncias desconhecidas sobre o fato.
Graciele Queiroz e Jefferson Silva, advogados
David Luiz Porto Santos, 33, morreu ao fazer uma tatuagem no braço em Curitiba. O caso aconteceu em abril de 2021, mas a investigação só foi divulgada nesta semana. A viúva de David, que o acompanhava naquele momento, disse que o marido passou mal pouco depois da aplicação do medicamento.
O meu marido estava bem na finalização da tatuagem, até que o tatuador passou um anestésico nele, na hora que estava limpando o excesso. Ele passou no braço todo. O meu marido questionou o que tinha passado, ele respondeu que era um anestésico. Meu marido disse que a pressão dele estava baixando e o tatuador disse que era normal.
Viúva de David
O delegado Wallace de Brito, responsável pela investigação, afirmou que o tatuador deve ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A pena para esse crime é de até três anos de detenção. O inquérito deve ser concluído nos próximos dias.
A lidocaína é um tipo de anestésico usado em procedimentos médicos. A Polícia apurou que o tatuador conseguiu o medicamento usando receita de uma médica veterinária.
Em entrevista ao UOL, o infectologista Daniel Junger, avalia que a vítima pode ter tido uma overdose, considerando a rápida reação. "O que pode se entender dessa situação, é que o profissional passou uma grande quantidade de anestésico numa superfície onde havia sangue. A absorção dessa medicação foi muito maior do que se tivesse passado em pele íntegra", explicou.
O laudo da necropsia no corpo de David não conseguiu apontar a causa da morte, descrita como "indeterminada". "Muito embora os achados necroscópicos e de exames sejam sugestivos de intoxicação exógena por lidocaína, o perito não tem como afirmar categoricamente que essa foi a causa do óbito", disse a legista no documento.
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