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PR: jornalista denuncia médico de hospital universitário por assédio sexual

A jornalista, que também é mestranda na UEL, disse que o médico "começou a falar de posição sexual, enquanto gesticulava, fazia "vai e vem" com a mão" - Reprodução/YouTube/RIC Notícias
A jornalista, que também é mestranda na UEL, disse que o médico 'começou a falar de posição sexual, enquanto gesticulava, fazia 'vai e vem' com a mão' Imagem: Reprodução/YouTube/RIC Notícias

Do UOL, em São Paulo

25/02/2023 20h48Atualizada em 27/02/2023 15h24

O ginecologista teria cometido o assédio e a importunação sexual durante uma consulta no ambulatório do Hospital Universitário da UEL (Universidade Estadual de Londrina), segundo a jornalista, de 22 anos

"Depois de várias falas estranhas e de ele me pedir para eu tirar a máscara para ver se 'minha pele era lisinha', começou a falar sobre posições sexuais", escreveu a vítima nas redes sociais. O caso de assédio aconteceu em 14 de fevereiro.

Outras mulheres compartilharam que passaram por outras situações constrangedoras com o médico, de 65 anos. Ele atua como servidor há 28 anos.

A jornalista —que também é mestranda na universidade— disse que o homem "começou a falar de posição sexual, enquanto gesticulava, fazia 'vai e vem' com a mão".

"Falou isso muitas vezes. E repetia isso, gesticulava muito. Foi muito constrangedor para mim", relatou a vítima à Lume, rede de jornalistas de Londrina.

"Se não bastasse, ainda falou que é importante 'chupar', para deixar bem lubrificado. E eu não perguntei nada disso, não queria saber nada sobre isso. Falou também que homem gosta de 'dar umazinha' no meio da tarde, em qualquer canto, até ali do lado do consultório dele."

O ginecologista ainda teria pedido para a mulher tirar a máscara de proteção. A vítima afirmou que não se deu conta da agressão durante a consulta, mas, depois que chegou em casa e conversou com o namorado, percebeu o que havia acontecido.

Médico afastado

Em nota, a reitoria da universidade confirmou que recebeu a denúncia da vítima e que, desde ontem, o ginecologista está afastado.

Segundo a UEL, foram instaurados procedimentos administrativos. A universidade também disse que "não tolera e não compactua com qualquer tipo de ação de violência física ou psicológica ou de constrangimento contra a mulher, e que situações dessa natureza exigem a máxima atenção por parte da instituição."

Na segunda-feira (27), a Polícia Civil disse que "segue investigando o caso", confirmou que um boletim de ocorrência foi registrado e explicou que "mais detalhes não serão fornecidos no momento para não atrapalhar o andamento das investigações".

Já o Conselho Regional de Medicina informou que abriu um procedimento sindicante para apurar a denúncia de infração ética do médico.

"O trâmite ocorre sob sigilo e respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa. Este CRM-PR ressalta que, até o presente momento, não há qualquer impedimento para que o médico mencionado exerça sua atividade profissional, eis que não registra nenhuma apenação por infração ética."