Menina de 2 anos morre com 59 lesões e sinais de tortura no RJ, diz polícia
A menina Quenia Gabriela Oliveira Matos de Lima, de 2 anos, morreu com sinais de tortura e abuso, em Guaratiba, no Rio de Janeiro, segundo a Polícia Civil.
O que aconteceu:
- Foram identificadas 59 lesões no corpo da criança.
- O pai, Marcos Vinicius Lino de Lima, e a madrasta da menina, Patricia André Ribeiro, foram presos em flagrante.
- A criança foi levada para a Clínica da Família Hans Jürgen Fernando Dohmann, em Guaratiba, na tarde de ontem.
- Quenia estava morta havia mais de uma hora quando chegou à unidade de saúde, segundo a delegada Márcia Julião, em entrevista à TV Globo.
- A médica que atendeu Quenia foi até a delegacia para denunciar que a criança chegou sem vida na clínica e tinha várias lesões que indicavam a tortura. A profissional da saúde disse em depoimento que a morte foi provocada por lesões físicas graves e provável abuso sexual.
- Segundo o jornal O Globo, das 59 lesões encontradas no corpo da menina, 12 delas foram no rosto, 17 no abdômen, 16 no dorso, seis nos braços, sete nas pernas e uma na orelha. Além disso havia uma queimadura na região umbilical e uma fissura no ânus da menina, o que pode indicar a violência sexual.
- O casal foi preso ainda ontem e responderá por homicídio, qualificado por tortura e pela idade da criança.
Essa criança não morreu ontem. Essa criança vem morrendo com essa tortura. Essa criança não se alimentava há três dias. Não era uma morte acidental. Era, realmente, uma morte com tortura."
Delegada Márcia Julião à TV Globo
Em novembro de 2022, a criança havia sido levada à mesma clínica com um corte na cabeça.
A creche que Quenia frequentava teria proibido a entrada da criança enquanto a família não a levasse ao médico, segundo a polícia. A delegada informou que a creche, porém, não acionou o Conselho Tutelar, nem a polícia sobre o caso.
Pai nega ter matado a filha
"Eu não matei a minha filha, eu não matei a minha filha. É um erro", disse Marcos Vinicius Lino na saída da delegacia.
Segundo a delegada, pai e madrasta disseram nunca ter agredido a criança e explicaram que as lesões encontradas no corpo da menina seriam provocadas por quedas em brincadeiras.
À polícia, de acordo com o jornal, Patricia disse que Marcos tinha a guarda de Quenia desde os três meses porque ele se recusou a pagar pensão à mãe da criança. Eles entraram em acordo para passar a guarda da menina a Marcos.
No sistema do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), ainda não consta que o casal passou por audiência de custódia nem o nome da defesa de ambos.
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