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Caso Bernardo: Começa novo júri de Leandro Boldrini no Rio Grande do Sul

Do UOL, em São Paulo

20/03/2023 13h42Atualizada em 20/03/2023 14h23

Começou hoje o novo júri de Leandro Boldrini, acusado e condenado por participação na morte do filho, Bernardo Boldrini, ocorrida em abril de 2014 na cidade de Três Passos, no norte do Rio Grande do Sul.

O novo julgamento:

  • O médico foi julgado e condenado em 2019, juntamente com os outros três acusados, mas teve o júri anulado em dezembro de 2021, pela 1ª Câmara Criminal do TJRS, que viu "quebra da paridade de armas durante o interrogatório do médico".
  • Em 2019, Leandro foi condenado a 33 anos e 8 meses de prisão (30 anos e 8 meses por homicídio, 2 anos por ocultação de cadáver e 1 ano por falsidade ideológica).
  • O novo julgamento tem a previsão de duração de três dias. Ao todo, serão 10 testemunhas. Cinco pessoas foram arroladas pela acusação, todas já ouvidas no primeiro julgamento. A defesa solicitou a oitiva de oito pessoas.
  • O júri será presidido pela juíza Sucilene Engler Audino, e formado por sete jurados, sorteados no começo da sessão de julgamento.
  • A defesa é composta pelos advogados Ezequiel Vetoretti e Rodrigo Grecellé Vares. O Ministério Público será representado pela Promotora de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari e pelo Promotor de Justiça Miguel Germano Podanosche.
A delegada Caroline Bamberg Machado manifestou certeza de que o pai, a madrasta e uma outra mulher estão envolvidos com a morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11, em crime que comoveu o Rio Grande do Sul. O garoto desapareceu de casa, em Três Passos, no dia 4 de abril. O corpo foi encontrado em Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de distância, na noite de ontem. O médico Leandro Boldrini, pai, a enfermeira Graciele Ugulini, madrasta, e uma amiga dela, de nome ainda não divulgado, foram presos preventivamente - Reprodução - Reprodução
Bernardo Uglione Boldrini, 11, desapareceu de casa, em Três Passos, no dia 4 de abril. O corpo foi encontrado em Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de distância.
Imagem: Reprodução

Relembre o caso:

  • Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014 na cidade de Três Passos (RS), aos 11 anos.
  • Seu corpo foi encontrado 10 dias depois, em Frederico Westphalen, enterrado às margens de um rio. Edelvânia, amiga da madrasta, admitiu o crime à polícia e mostrou o local onde o corpo foi enterrado. O menino morreu depois de receber uma forte dose do sedativo midazolam.
  • Quase cinco anos após a morte, foram condenadas quatro pessoas: o pai, Leandro Boldrini; a madrasta, Graciele Ugulini; a amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz, e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia.
  • A sentença lida pela juíza Sucilene Engler à época apontou que, além da morte, o garoto sofria maus tratos: "O acusado [pai] e a madrasta perpetravam atos de violência psicológica e humilhação contra a vítima, como mostram vídeos no celular do réu", escreveu a juíza.
  • Na decisão, também foi citado o "descontrole emocional e perversidade extraordinária" do pai.
17.abr.2014 - Leandro Boldrini, 38, e Graciele Ugulini, 32, pai e madrasta de Bernardo  - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
17.abr.2014 - Leandro Boldrini, 38, e Graciele Ugulini, 32, pai e madrasta de Bernardo
Imagem: Reprodução/Facebook

Penas

Leandro Boldrini, pai de Bernardo

  • Por homicídio: 30 anos e oito meses de prisão
  • Por ocultação de cadáver: 2 anos de prisão
  • Por falsidade ideológica: 1 ano de prisão
  • Total: 33 anos e oito meses de prisão

Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo

  • Por homicídio qualificado: 32 anos e 8 meses de prisão
  • Por ocultação de cadáver: 11 meses de prisão
  • Total: 33 anos e 7 meses de prisão

Edelvânia Wirganovicz, amiga do casal

  • Por homicídio qualificado e ocultação de cadáver: 23 anos de prisão

Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia

  • Por homicídio simples e ocultação de cadáver: 9 anos e 6 meses de prisão. Ele poderá ir para o regime semiaberto