'Metrô de SP pagou tudo o que era devido', diz diretor sobre greve
O diretor de operações do Metrô de SP, Milton Gioia Junior, afirmou hoje que os metroviários receberam tudo o que estava previsto em contrato. Ele deu entrevista à TV Globo.
Metroviários paralisam na manhã de hoje a operação das linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha do metrô e a linha 15-prata do monotrilho. Uma das reivindicações é o pagamento de abono salarial compensatório referente aos três anos trabalhados durante a pandemia.
O Metrô de SP pagou tudo o que era devido. Cumprimos o contrato de trabalho, pagamos reajuste de 20% face a uma inflação de 17%. O sindicato sabe disso, pagamos tudo."
Milton Gioia Junior, diretor de operações do Metrô de SP
O abono é um plus, é uma reivindicação a mais, o Metrô no momento não tem condições financeiras para isso. Ontem fomos surpreendidos por greve e estamos tomando todas as providências."
Nas redes sociais, a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, diz que está aberta à negociação para encerrar a greve. "O governo nos deve".
Em nota, o Metrô diz que não há justificativa para a greve, que "só prejudica a população que depende do transporte público". Já o pagamento do abono salarial não está "em acordo com a realidade econômica da companhia".
"O Metrô empenhou todos os esforços para atender aos pleitos do Sindicato, em acordo com a realidade econômica da Companhia. Essa realidade não possibilita o pagamento de abono salarial neste momento, já que a empresa teve significativas quedas de arrecadação pela pandemia e não teve ainda o retorno total da demanda de passageiros, se comparada a 2019.
Ainda assim, a empresa cumpre integralmente com o Acordo Coletivo de Trabalho e com a regra estabelecida para a política de progressão salarial aos seus funcionários. Também concedeu de forma excepcional a progressão na carreira superior a regra estabelecida para os anos de 2020, 2021 e 2022.
Enquanto a maioria das empresas demitiam ou diminuíam o salário, o Metrô aumentou os salários, mesmo com prejuízo causado pela pandemia. O salário médio do funcionário do Metrô com gratificação por tempo de serviço é de R$ 10 mil e, se somarmos aqui os vales refeição e alimentação, o valor chega a R$ 11,5 mil, além de outros benefícios acima da média, muito além dos exigidos pela CLT, como plano de saúde sem mensalidade e auxílio creche/educação de R$ 854 e auxílio creche/educação para filhos com deficiência de R$ 1,7 mil, dentre outros, o que não é a realidade atual de mais de 90% da população brasileira."
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