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Brasileiras presas na Alemanha são soltas, diz Itamaraty

Fabíola Perez e Fabíola Perez

Do UOL, em São Paulo

11/04/2023 11h29Atualizada em 11/04/2023 15h03

O Ministério das Relações Exteriores afirmou que as duas brasileiras presas na Alemanha suspeitas de tráfico de drogas foram soltas hoje. Segundo as investigações da Polícia Federal, elas tiveram as etiquetas das malas trocadas —as bagagens apreendidas com os nomes delas transportavam cocaína.

O que aconteceu

O promotor alemão que cuida do caso informou a defesa que pediu o arquivamento. As brasileiras Kátina e Jeanne foram liberadas nesta terça-feira (11).

O Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt acompanhou a saída das goianas do presídio. As informações foram passadas ao UOL pela advogada Chayane Kuss, que defende o casal no país europeu.

O Ministério das Relações Exteriores informou que o consulado visitou as brasileiras na unidade prisional. O órgão acompanhou "autoridades carcerárias e judiciárias" locais durante os trâmites do processo.

A polícia alemã e o Ministério Público analisaram vídeos enviados por autoridades brasileiras na manhã desta terça. O material foi enviado com o objetivo de comprovar a inocência das brasileiras, de acordo com a PF.

Kátyna e Jeanne iriam encontrar imediatamente familiares e as advogadas para definir a data de retorno ao Brasil. A reunião aconteceria assim que deixassem o presídio feminino em Frankfurt.

Segundo o governo de Goiás, as brasileiras tiveram acesso a medicamentos (seguindo prescrição médica) e a audiência de custódia, que resultou na soltura delas, foi antecipada —conforme demandas levadas pelo Gabinete de Relações Internacionais às autoridades internacionais.

Isso que está ocorrendo agora, do Ministério Público alemão pedir a liberação delas diretamente para o presídio sem envolver o juiz, é realmente uma situação que não conheço nenhum precedente na Alemanha."
Chayane Kuss, advogada de defesa

Ao longo do processo, o Itamaraty manteve coordenação estreita com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que conduziu o envio dos elementos de prova solicitados pela Justiça alemã por meio dos instrumentos de cooperação jurídica internacional."
Nota oficial do Ministério das Relações Exteriores

Entenda o caso

As goianas Jeanne Paolini e Kátyna Baía foram presas em uma escala em Frankfurt no dia 5 de março. A detenção ocorreu após as duas terem tido as etiquetas das bagagens trocadas no aeroporto de Guarulhos em São Paulo.

Jeanne e Kátyna foram algemadas no aeroporto do país europeu. Após serem interrogadas pela polícia alemã sob suspeita de tráfico de drogas, foram levadas a um presídio feminino.

Após contato com a defesa de ambas, a Polícia Federal investigou o perfil das goianas. A PF apurou também a forma de pagamento das passagens e pediu as imagens de câmeras de segurança do imóvel residencial das mulheres e do aeroporto de Goiânia.

Por meio das imagens de câmeras de segurança, o delegado Bruno Gama afirma que foi possível identificar a atuação de uma organização criminosa que trocou as etiquetas.

As imagens demonstram que os seis suspeitos presos na semana passada estão envolvidos na organização criminosa, conforma a polícia. Eles são funcionários terceirizados do aeroporto de Guarulhos e atuavam internamente.

Cópias das provas, que incluem vídeos e depoimentos, foram enviadas para autoridades da Alemanha. Segundo a delegada Marcela Rodrigues, superintendente da Polícia Federal em Goiás, os documentos tinham o objetivo de comprovar a inocência das brasileiras presas.

Elas não tinham o perfil das pessoas investigadas por tráfico de drogas. Foi verificado também que as bagagens remetidas por elas aqui eram diferentes das bagagens apreendidas na Alemanha, diferentes em cores, peso."
Bruno Gama, delegado da Polícia Federal em Goiás