"Fiquei bastante abalada", diz mulher negra expulsa de voo da Gol na Bahia

A professora Samantha Vitena Barbosa afirmou hoje (1º) que ficou "bastante abalada" após ser expulsa de um voo da Gol que seguia de Salvador (BA) para São Paulo. O episódio ocorreu na noite de sexta-feira e motivou a abertura de um inquérito da Polícia Federal para apurar suposta prática de racismo.

O que Samantha falou?

Eu fiquei bastante abalada com toda essa situação, mas tenho recebido bastante suporte, bastante apoio.
Samantha Vitena Barbosa

A professora relatou ao programa Encontro, da TV Globo, a expulsão. Vitena disse que os vídeos gravados por ela e demais passageiros estão ajudando a entender a situação.

Segundo a professora, a expulsão ocorreu após ela se negar a despachar uma bagagem. Ela carregava um notebook e temia que o equipamento fosse destruído na viagem.

Samantha afirma que os atendentes de bordo da Gol não teriam buscado uma alternativa viável para resolver o impasse.

Eu falava que não tinha como despachar minha mochila e a gente precisava achar uma outra solução e ele falava: 'Você precisa despachar, vai ter que despachar'.
Samantha Vitena Barbosa

A professora relatou que conseguiu um espaço no bagageiro da aeronave após um passageiro concordar em retirar a bagagem que levava no local. "A gente colocou minha mochila, fechei e sentei para aguardar [o voo]", disse. No entanto, três policiais federais entraram na aeronave e expulsaram Samantha sob a justificativa de que havia sido uma determinação do "comandante" do voo.

Quando os policiais entraram eu não sabia por que eles estavam ali, não poderia imaginar que era por mim. Quando eles olharam para mim e falaram 'levante e se retire', eu acredito que qualquer pessoa reagiria dessa forma. Perguntei o que aconteceu, qual o motivo.
Samantha Vitena Barbosa

Questionada sobre o auto de infração registrado pelos agentes contra ela por suposta resistência, Samantha afirmou que desconhece o motivo. Ela disse que não resistiu à expulsão e que apenas questionou os motivos pelos quais deveria deixar o avião, mas que saiu da aeronave sem resistir. A professora foi levada para a delegacia da PF

Então, em nenhum momento houve resistência. Houve o questionamento e eu cheguei a perguntar ao delegado se eu não poderia ter perguntado e ele me disse que sim, que era o meu direito.
Samantha Vitena Barbosa