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Homem que vendia carros de luxo vira réu por financiar tráfico de drogas

22/05/2023 21h36Atualizada em 23/05/2023 21h29

Um empresário de carros de luxo foi preso por envolvimento em crimes como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, em Vitória (ES).

Daud Martins Nasser dos Santos, 29, conhecido com Abel, se tornou réu por diversos crimes, incluindo tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele vendia carros de luxo em Vitória (ES).

O que aconteceu:

Daud Martins Nasser dos Santos, 29, estava foragido desde novembro e é procurado por suspeita de financiar, com juros, a aquisição de drogas por facção criminosa da Grande Vitória e por usar a venda de carros de alto valor para lavar o dinheiro. De acordo com a polícia, ele também falsificava documentos públicos, adulterava motores e usava laranjas para abrir contas bancárias e movimentar os ganhos. Os documentos, repassados para quem fosse executar certos esquemas, eram tanto falsos quanto roubados.

Ele era tido como um importante financiador do tráfico do bairro Tabuazeiro. O dinheiro era obtido especialmente por falsificar documentos de veículos, obtidos em sua maioria do estado de Minas Gerais, para colocar os veículos em circulação.

A polícia disse que ele "sempre ostentou" carros de luxo, apesar de no momento da prisão ele não estar em posse de nenhum veículo. Em novembro, quando ele conseguiu fugir da polícia, uma BMW e um Ford Fusion foram apreendidos em posse dele, além de drogas e armas. Ele também foi visto em outros carros de valor elevado de mercado, a exemplo de Range Rovers e Volvos.

A operação para prendê-lo teve que ocorrer rapidamente, já que ele "tinha histórico de fuga", segundo o delegado Júlio Cesar, superintendente da Polícia Interestadual. Ao localizar a casa onde o suspeito estava, a equipe chamou reforços para formar um cerco e conseguir detê-lo.

A investigação contra Abel foi remetida à Justiça e ele se tornou réu pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, adulteração de veículos e formação de organização criminosa. Ele segue à disposição da Justiça e aguarda julgamento.

Em contato com o UOL, o advogado Pedro Souza Moraes de Jesus disse que Daud nunca integrou organizações criminosas e nunca teria sido acusado pelos crimes listados pela polícia. Além disso, a defesa falou que a denúncia por financiar o tráfico é baseada em "um único print", no qual Daud "teria 'dado' R$ 150,00 para um traficante local".

"Todo o patrimônio de Daud é lastreado e constituído de forma lícita e está em seu nome, o que denota perplexidade na acusação de lavagem de dinheiro", afirmou.

Os documentos, repassados para quem fosse executar certos esquemas, eram tanto falsos quanto roubados - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Polícia apreendeu documentos com Daud Martins Nasser dos Santos
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Não tinha um esquema só, fazia alteração de motores, movia veículos, documentos clonados, colocava em circulação, ele não ficava com os veículos, ele passava até para lavar dinheiro também. ele fazia abertura de contas bancárias com documentos falsos, ele nunca se expunha, contratava individuo ligado ao crime e pagava 6 mil."
Romualdo Gianordoli Neto, superintendente de Polícia Especializada