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Arquiteto que teria chamado militar de preto e macaco é solto pela Justiça

Fernando Bravim Kruger, 45, foi provisoriamente liberado para responder em liberdade por injúria racial, após audiência de custódia na tarde de hoje - JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Fernando Bravim Kruger, 45, foi provisoriamente liberado para responder em liberdade por injúria racial, após audiência de custódia na tarde de hoje Imagem: JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

22/05/2023 20h25

Um dia após ser preso, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a soltura de um arquiteto suspeito de chamar um oficial da Marinha Mercante de "preto" e "macaco".

O que aconteceu:

Fernando Bravim Kruger, 45, foi provisoriamente liberado para responser em liberdade por injúria racial, após audiência de custódia na tarde de hoje, no TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).

A Justiça esclareceu que foram impostas ao investigado medidas cautelares, entre elas, a proibição de contato com a vítima e a proibição de frequentar o local onde aconteceu o fato. O crime teria acontecido no final da madrugada do domingo (21), na casa de samba Beco do Rato, região central do Rio.

O UOL entrou em contato com as representantes legais de Fernando Kruger, mas ainda não recebeu um posicionamento. Assim que houver resposta, este espaço será atualizado.

Entenda o caso

Ao UOL, Pedro Salaman contou que estava com amigos na casa de samba do Rio, quando Fernando esbarrou no grupo. Uma discussão teve início e Pedro precisou apartar a confusão.

Nesse momento, o militar descreve que ouviu do arquiteto: "sai daqui seu macaco" e "você é preto". "Quando eu fui falar com ele para entender o que estava acontecendo, ele me falou 'você é preto e eu sou bicha' e mencionou a palavra macaco. Aconteceu uma confusão generalizada. Eu não quis acreditar que estava ouvindo aquilo no meio de um samba, onde a cultura preta está presente e não deveria ter espaço para racismo", lamentou Pedro.

O suspeito foi convidado a se retirar do local pelo gerente do estabelecimento e a Polícia Militar foi acionada.

O autor e a vítima foram conduzidos por policiais militares à delegacia para serem ouvidos. Fernando foi autuado em flagrante por injúria racial, informou a Polícia Civil. O caso foi encaminhado à Justiça.

Em nota, o Beco do Rato informou que "repudia qualquer tipo de discriminação, seja por raça, gênero, orientação sexual, religião, ideologia, origem étnica ou diversidade funcional."

Em nome do samba e da nossa cultura tão bonita e diversa, o Beco do Rato, local de resistência, está de braços abertos aos amigos, turistas e visitantes, buscando receber a todos da melhor maneira possível. Contudo, atitudes racistas ou de qualquer outra natureza discriminatória não são bem-vindas e devem ser punidas dentro da lei."
Trecho de nota do Beco do Rato