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RS: Mortes sobem para 13; três estão desaparecidos dias após ciclone

Chuvas em Porto Alegre: capital gaúcha sofreu impactos da passagem do ciclone extratropical - Reprodução/Twitter
Chuvas em Porto Alegre: capital gaúcha sofreu impactos da passagem do ciclone extratropical Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

18/06/2023 08h48Atualizada em 18/06/2023 23h36

Três pessoas continuam desaparecidas neste domingo (18), após a passagem de um ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul. E mais duas mortes foram confirmadas, elevando o número para 13. As informações foram atualizadas pela Defesa Civil do estado.

O que aconteceu

As buscas por desaparecidos entraram no terceiro dia. Segundo a Defesa Civil, há três pessoas desaparecidas — todas no município de Caraá com vida. No início do dia eram quatro, mas o número caiu à noite. A cidade registrou mais duas mortes. Até o momento, o total de mortes por município é:

  • Maquiné: 3 mortes
  • São Leopoldo: 2 mortes
  • Novo Hamburgo: 1 morte
  • Caraá: 3 mortes
  • Gravataí: 1 morte
  • Bom Princípio: 1 morte
  • São Sebastião do Caí: 1 morte
  • Esteio: 1 morte

Há também 4.913 pessoas desabrigadas e 797 desalojadas. A Defesa Civil recomendou aos moradores de cidades atingidas que verifiquem as condições estruturais e de segurança. O órgão informou ainda que, ao retornar para casa, os moradores devem higienizar o local e todos os materiais que tiveram contato com a água.

Apesar dos termos serem similares, há diferença entre desabrigados e desalojados. Quem está desabrigado teve a residência afetada por algum dano ou ameaça e precisa que o governo lhe dê um abrigo, enquanto quem está desalojado só precisou abandonar temporariamente sua casa após alguma evacuação preventiva, sem necessidade de abrigo. A situação nos municípios é:

  • Esteio: 1.200 desabrigados
  • Gravataí: 800 desabrigados
  • São Leopoldo: 750 desabrigados
  • Lindolfo Collor: 500 desabrigados e 130 desalojados
  • Maratá: 320 desalojados
  • Maquiné: 200 desabrigados e 100 desalojados
  • Taquara: 200 desabrigados e 60 desalojados
  • Novo Hamburgo: 216 desabrigados
  • Três Forquilhas: 200 desabrigados
  • Dois Irmãos: 183 desabrigados
  • Caraá: 180 desabrigados
Centro de Santo Antônio da Patrulha, no nordeste do Rio Grande do Sul, por causa do ciclone extratropical - Reprodução Rede Social  - Reprodução Rede Social
Centro de Santo Antônio da Patrulha, no nordeste do Rio Grande do Sul, por causa do ciclone extratropical
Imagem: Reprodução Rede Social

Bombeiros ainda resgatam ilhados

Além das buscas pelos desaparecidos, os bombeiros ainda trabalham no resgate de ilhados. Em entrevista à CNN Brasil, o porta-voz do Corpo de Bombeiros do RS, tenente-coronel José Carlos Almeida e Silva, disse atuar no "transporte das pessoas dos locais que estavam ilhados para uma margem segura".

Chuva não pegou o estado de surpresa, mas foi mais intensa que o previsto. Ainda segundo Almeida e Silva, os moradores tinham sido alertados, mas a chuva chegou antes do esperado e com mais força. Só na quinta-feira (15) à noite, choveu "em torno de 200 milímetros", acrescentou.

Não houve surpresa [com a chuva]. As pessoas foram avisadas na quarta-feira [14] e na quinta-feira de que poderia haver essa precipitação pluviométrica acima do esperado. O ciclone chegou com bastante força, com velocidade, e nós fomos apanhados um momento antes daquilo que se esperava.
José Carlos Almeida e Silva, porta-voz dos bombeiros

Autoridades sobrevoam região e anunciam medidas

caraá, carro, cemiterio - Reprodução/Defesa Civil do RS - Reprodução/Defesa Civil do RS
Após ciclone, carro é visto sobre túmulos em cemitério de Caraá (RS).
Imagem: Reprodução/Defesa Civil do RS

O coordenador regional de proteção e Defesa Civil, tenente-coronel Adriano Zanini, disse que eles estão recebendo doações de todos os estados.

Além de alimentos e roupas, eles tão organizando kits de limpeza: "É muito importante, quem chega na sua residência chega em uma casa suja, sem condições de habitação".

O governador Eduardo Leite (PSDB) e ministros do governo Lula se reuniram na manhã de sábado e sobrevoaram as regiões mais afetadas pelo ciclone. Lula conversou com Eduardo Leite e disse que governo está "à disposição".

"É um pesadelo o que estamos vivendo", afirmou o prefeito de Caraá, Magdiel Silva (PSDB). "A gente vai precisar muito da ajuda do governo federal e do estado, sabemos que a comunidade vai nos ajudar a construir novamente", afirmou.

Leite disse que entre as medidas de resgate, estão o apoio aéreo, mobilização de trilheiros para acessar comunidades isoladas e retirada de famílias de locais de risco. Ele disse ainda que alertas foram emitidos e pediu que a população se cadastre no sistema do governo do estado para receber avisos da Defesa Civil. Uma das formas é enviar o CEP como mensagem de texto para o número 40199.

Ele também anunciou que irá a Brasília nesta semana para buscar apoio aos municípios atingidos. "Na segunda-feira, reunirei o nosso time de secretários para alinhamento das ações do governo daqui por diante. Irei a Brasília nesta semana para intensificar as articulações por apoio aos municípios junto ao governo federal."

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, informou que na segunda-feira (19), equipes da Defesa Civil estarão nos municípios atingidos. Ele disse ainda que assim que os planos de reconstrução estiverem prontos, os recursos poderão ser liberados. "O recurso será liberado mediante apresentação de plano de trabalho, não existe [valor] máximo ou mínimo."

Em coletiva com o ministro Pimenta, Leite ressaltou a "enorme solidariedade das pessoas" que estão abrigando outras e fazendo doações e falou da disposição "do governo federal, os ministros e o presidente Lula, para enfrentar esse momento difícil". O ministro informou ainda que a orientação do presidente Lula é que se "dê todo o suporte e apoio aos estados e municípios para ter essa resposta rápida do governo federal."