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Delegado da PF é denunciado por agredir professor do filho; polícia apura

O professor Gabriel Barbosa Rossi Silva diz que delegado da PF tentou enforcá-lo - Arquivo pessoal
O professor Gabriel Barbosa Rossi Silva diz que delegado da PF tentou enforcá-lo Imagem: Arquivo pessoal

Do UOL, em São Paulo

04/07/2023 17h15

O delegado da PF no Paraná Mário César Leal Júnior é investigado por agredir um professor do filho em um colégio em Guaíra, cidade localizada a cerca de 640 quilômetros de Curitiba, na fronteira com o Paraguai. Ele alega que o filho foi vítima do crime de injúria por parte do docente.

O que aconteceu?

Mário César foi denunciado por supostamente tentar sufocar, dar voz de prisão e apontar uma arma para o rosto do professor Gabriel Barbosa Rossi Silva, que leciona no Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo.

Segundo o relato do docente, o delegado o procurou na última sexta-feira (30), na porta da escola, após o filho ter recebido uma advertência por uma brincadeira sobre o professor ter calvície.

Esse alerta sobre o comportamento do estudante foi dado em uma conversa privada, conforme disse Silva ao UOL. Ao falar com o jovem, porém, ele diz que também aproveitou a oportunidade para chamar a atenção do estudante para outras situações em que ele teria tido falas preconceituosas, inclusive contra outros professores. "Foram comportamentos que considerei machistas, racistas, nazistas e gordofóbicos, mas eu sei que ele não é nazista. Eu, como professor de história, avaliei que pudesse ter autonomia para fazer isso", disse.

Após o ocorrido, o professor diz que Mário César foi até a escola para tirar satisfação no final do expediente, tentou sufocá-lo, deu voz de prisão e apontou uma arma para rosto dele. "A equipe pedagógica da escola até tentou conversar com ele, mas se afastaram quando viram que ele estava armado. Ele só me soltou quando outros pais de estudantes falaram com ele", contou Silva.

Na versão do delegado, Silva cometeu injúria contra o filho dele. Em boletim de ocorrência registrado na 13ª Delegacia Regional de Guaíra, ao qual o UOL teve acesso, Mário César afirmou que o professor teria dito que o filho dele é "uma das pessoas mais desprezíveis que já conheceu" e que "comemoraria o dia em que o estudante saísse da escola". De acordo com o registro feito pelo delegado, Silva também teria acusado o garoto de ser "nazista, racista, xenofóbico e gordofóbico".

Procurada pelo UOL, a Polícia Civil disse que recebeu o registro da ocorrência e realiza oitivas para apurar as circunstâncias do episódio. No Twitter, o ministro Flávio Dino (Justiça) também afirmou que a PF faz diligências sobre o caso. O UOL entrou em contato com o delegado, que disse que só iria se manifestar "em breve". "Creio que a verdade vai surgir em meio à cortina da fumaça que criaram", escreveu Mário César por mensagem.