Garoto de programa estava foragido e matou 2 meses após romper tornozeleira
Um garoto de programa, que afirmou ter cometido nove assassinatos nos últimos 15 anos ao ser preso na última quarta-feira (5), foi indiciado por homicídio sob a acusação de matar uma namorada. Segundo a Polícia Civil, o feminicídio ocorreu apenas dois meses após ele romper a tornozeleira eletrônica e ser considerado foragido pela Justiça.
O que aconteceu
Renato Teixeira da Silva, 35, afirmou ter cometido nove assassinatos, porém, a Polícia Civil confirmou a autoria dele em três mortes. São elas:
- Iraildes Sousa Silva, 49
- José Roberto Campanaro, 59
- Mário Marchiani, 60
No passado, o garoto de programa foi condenado a 11 anos por envolvimento em dois roubos em 2009 e 2011. Beneficiado por uma saída temporária da penitenciária de Balbinos (SP), ele rompeu o aparelho de monitoramento eletrônico no dia 19 de setembro de 2021, em Pirituba, zona norte de São Paulo.
Dois meses depois de ser considerado foragido pela Justiça, a diarista Iraildes, que tinha um relacionamento com ele, foi morta a facadas no mesmo bairro da capital paulista, em novembro de 2021. Na época, Renato fugiu e usou um perfil nas redes sociais para confessar o crime.
Além do feminicídio, o garoto de programa também foi indiciado por outros dois assassinatos - de dois homens - em um intervalo de apenas quatro meses.
José Roberto foi morto a facadas, em julho de 2022, no próprio apartamento em Santo André, na Grande São Paulo.
Mário Marchiani foi assassinado no dia 2 de dezembro do ano passado em uma casa onde Renato costumava receber clientes em São Bernardo do Campo, também na Grande São Paulo. Em depoimento, o garoto de programa disse que cometeu o crime porque a vítima teria dito que queria consumir entorpecentes. Ele ainda não tem defesa.
Embora afirme ter cometido nove assassinatos, Renato só foi indiciado por três homicídios. Capturado em uma casa na quarta-feira em Franco da Rocha, ele teve a prisão convertida para preventiva no dia seguinte em audiência de custódia.
Ele disse: 'matar é uma coisa normal para mim' e que cometia os crimes porque não podia ser contrariado. Narrou os crimes com frieza em depoimento e não demonstrou nenhum tipo de arrependimento."
Roberto Krasovic, delegado do 6º DP de São Bernardo do Campo
Ele foi indiciado por três homicídios, mas disse ter cometido outros seis. Agora, estamos investigando para apurar se houve outros crimes.
Giuliano de Migueli, delegado-assistente do 6º DP de São Bernardo do Campo
Como a polícia desvendou o caso
Em dezembro de 2022, o suspeito enviou mensagem de WhatsApp para a proprietária do imóvel de 40 m² em São Bernardo do Campo que ele alugava para fazer programas. No recado, pedia para que ela não se assustasse quando entrasse na casa e encontrasse o corpo de um homem que ele havia matado ali.
A polícia identificou que o corpo era de Mário Marchiani, até então considerado como desaparecido. Ele foi identificado por conta de uma tatuagem de um beija-flor azul no ombro. Com base em câmeras de vigilância, os investigadores verificaram que o homem que se identificava como Bruno em sites e aplicativos de relacionamento era Renato Teixeira da Silva.
O garoto de programa levou o carro, o celular e o notebook da vítima após cometer o crime. Segundo a polícia, ele usou a digital de Marchiani para desbloquear o seu telefone e fazer transferências bancárias.
Segundo a Polícia Civil, o garoto de programa alugava imóveis por períodos curtos com base em acordos verbais. Em dezembro, morou em uma casa no Guarujá, no litoral de São Paulo, onde permaneceu por dois meses.
Depois, se relacionou com uma mulher - mas não revelou o seu verdadeiro nome - e passou a morar na casa dela, na zona norte de São Paulo. Após um desentendimento, disse quem era os crimes que havia cometido. Após procurar a polícia, a mulher passou a ser ameaçada de morte pelo garoto de programa, encontrado ontem em outra casa em Franco da Rocha.
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