Esse conteúdo é antigo

Bombeiro é condenado à prisão por atirar em atendente do McDonald's no Rio

Paulo Cesar Albuquerque, o bombeiro que atirou em um atendente do McDonald's por um cupom de R$ 4, foi condenado a 12 anos de prisão e a pagar uma multa de R$ 100 mil à vítima. A decisão foi decretada na noite de ontem (27) pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.

O que aconteceu

Bombeiro foi condenado por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, inicialmente em regime fechado.

Crime foi escalonando de tapa a tiro, considerou júri. A sentença não considerou apenas apenas o tiro na culpabilidade de Albuquerque, mas também a progressão da situação, que começou com um xingamento e passou por um tapa contra o atendente.

Bombeiro tinha bebido, estava armado e colocou em risco a vida de outros. O juiz Gustavo Kalil também destacou que Paulo Cesar Albuquerque agiu de forma "lamentável" desde o princípio, já que havia consumido bebida alcoolica, portava uma arma e atirou no atendente dentro da lanchonete com outras pessoas.

Destaque-se o comportamento do acusado que, lamentavelmente, se julga superior aos demais pelo cargo que exerce, tanto que bradou à vítima e demais, "Você sabe com quem está falando?". O cargo é exercido em nome do público e para o público. O cargo não confere ao Acusado qualquer superioridade em relação aos demais segmentos da população.
Trecho da sentença contra o bombeiro

Atendente ficou com "consequências gravíssima e sérias" na vida. Mateus Domingos Carvalho, de então 21 anos, sobreviveu, mas teve que passar por cirurgias e sofre sequelas psicológicas do crime até hoje, disse o juiz com base em laudos apresentados pela defesa do atendente.

Anda mancando e faz fisioterapia em decorrência da lesão provocada na coluna. Foi aposentado por invalidez. Sua mãe teve que largar o trabalho para poder cuidar dele, diminuindo a renda da família. Estava juntando dinheiro para fazer faculdade de veterinária, o que agora não é possível, pois parou sua vida para fazer o tratamento.

Defesa do Bombeiro disse que ele "escorregou" e que tiro foi acidental. Também argumentou que o homem disparou devido à bebida alcoolica e problemas psicológicos. Ele também disse ter sofrido uma "ofensa homofóbica" de Mateus.

Além da prisão e da multa, juiz decretou a perda do cargo de bombeiro do acusado —medida condicionada ao trânsito em julgado da sentença, quando esgotados todos os recursos.

Continua após a publicidade

Relembre o caso

Paulo Cesar Albuquerque teria solicitado para o atendente aplicar um cupom de desconto após finalizar o pedido, o que não era possível. O caso ocorreu na madrugada do dia 9 de maio de 2022, na Taquara, zona oeste do Rio de Janeiro.

O jovem afirmou ter explicado isso ao bombeiro, que então teria questionado se "sabia com quem estava falando".

"Estou falando com o senhor, foi o que respondi a ele. Ele me deu um tapa na cara, eu revidei e não vi para onde ele foi. Não sei como ele entrou [no restaurante], porque estava tudo fechado. Nisso, ele sacou a arma e eu caí. Ele guardou a arma e saiu como se nada tivesse acontecido"
Mateus Domingos Carvalho em depoimento ao Fantástico, da TV Globo

Mateus passou por cirurgia e precisou remover o rim esquerdo e parte do intestino, atingidos pelos disparos.

Continua após a publicidade

O bombeiro teve prisão preventiva decretada no dia 20 de maio do ano passado e desde então está em uma unidade prisional do Corpo de Bombeiros.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.