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Chefes do PCC na Baixada Santista estão entre os mais procurados do país

André do Rap Imagem: Arquivo Pessoal

Do UOL, em São Paulo

06/08/2023 04h00

Os chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Baixada Santista estão entre os criminosos mais procurados do país. No último dia 27, o soldado Patrick Bastos Reis, 30, foi morto no Guarujá. Ele pertencia à Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), a força de elite da PM paulista.

O tiro que matou o soldado foi disparado de um "bunker" do PCC construído por traficantes de drogas na comunidade da Vila Zilda, segundo a Polícia Civil.

A Baixada Santista é, historicamente, um reduto do PCC desde a sua fundação. Um dos motivos é a sua configuração geográfica, com possibilidade de se esconder, acesso às estradas e proximidade com a capital paulista. E é uma região que abriga muitas lideranças da facção.
Márcio Christino, procurador de Justiça de São Paulo

André do Rap, um narcotraficante milionário

André do Rap está na lista dos criminosos mais procurados elaborada pelo governo federal. Acusado de chefiar o PCC em Santos e de ser o responsável pelo envio de cocaína escondida em contêineres de navios para países da Europa, o narcotraficante André Oliveira Macedo, 45, está sendo procurado pelas autoridades desde outubro de 2020.

Ele foi solto da penitenciária de Presidente Venceslau (SP) em decisão do STF e disse que iria para a sua casa no Guarujá. Mas passou a ser considerado como foragido após ter a soltura cassada pelo Supremo.

Após sair da cadeia, André do Rap foi de carro até Maringa (PR), onde embarcou em um avião particular até o Paraguai. As informações são de fontes do Ministério Público de São Paulo e de policiais que teriam seguido o criminoso, conforme revelou Josmar Jozino, colunista do UOL. A PF chegou a divulgar imagens com possíveis disfarces que poderiam estar sendo usados pelo criminoso.

Helicóptero que seria utilizado por André do Rap Imagem: Arquivo pessoal

As autoridades estimam que ele tenha um patrimônio de até R$ 500 milhões. André do Rap foi denunciado por lavagem de dinheiro por comprar uma mansão de R$ 22 milhões, em um condomínio em Angra dos Reis (RJ), e também é dono de um Porsche, quatro motos aquáticas, uma lancha e um helicóptero de R$ 7,2 milhões. Apreendidos e bloqueados em 2019, os bens foram devolvidos por determinação do STJ, que viu ilegalidade na ação.

O narcotraficante tem mandados de prisão pendentes por tráfico de drogas transnacional, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro. Em maio de 2014, ele teve a sua prisão decretada por gerenciar o envio de quatro toneladas de cocaína para fora do país.

Porto, morro e tráfico sempre fez da Baixada Santista um ponto estratégico para o crime organizado. A facção criminosa aproveitou a baixa condição financeira dos moradores e se estruturou na região.

O André do Rap sempre dominou a região de Santos, negociando o envio de drogas para países da Europa e da África em troca de comissões. E, com o lucro desse tipo de negociação, ele ficou milionário.
Ivana David, desembargadora do TJ-SP e especialista em investigações sobre o crime organizado

Keko, treinado por guerrilheiros colombianos

André Luiz dos Santos, 47, o Keko, teve treinamento com guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Ele é apontado pelas autoridades como um dos responsáveis pela cocaína exportada pelo PCC para a Europa e a África. É suspeito de transportar mergulhadores, contratados pela facção, por uma área de mangue na Baixada Santista até os navios, onde a droga é armazenada, segundo investigações da Polícia Civil.

André Luiz dos Santos, o Keko, é apontado pela Polícia Civil como o responsável por levar mergulhadores do PCC aos navios que transportam drogas da Baixada Santista para o exterior Imagem: Reprodução

Keko é acusado de ter atirado contra uma aeronave da PM em abril de 2020. Nenhum dos policiais foi atingido, mas o helicóptero foi danificado e precisou fazer um pouso forçado.

Ele é suspeito de ter usado um fuzil . 50, com capacidade para abater aeronaves. A arma foi apreendida em uma área de mata em uma operação em conjunto entre a PM e o Ministério Público de São Paulo em julho de 2020.

Em um desses confrontos, um pitbull se feriu na mata e foi costurado por Keko sem anestesia, como mostrou vídeo postado em uma rede social. No meio da mata, o criminoso deixou uma granada pronta para explodir, amarrada a um fio esticado.

O traficante também é suspeito de ter atirado contra uma embarcação da PM, uma semana após o ataque contra a aeronave. Na ocasião, dois policiais se feriram. As informações foram publicadas pelo SBT Brasil e confirmadas pelo UOL.

O criminoso foi condenado a 103 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas e roubo. Ele é acusado de armazenar drogas em casas, sítios e tonéis enterrados em uma área de mata às margens do rio Boturoca, na Praia Grande (SP).

O Bi da Baixada, responsável por expansão para SC

Moacir Levi Correia, o Bi da Baixada, ao ser preso, após tiroteio com policiais em Santa Catarina Imagem: 07.mar.2014 - Divulgação/Polícia Civil de Santa Catarina

Moacir Levi Correia, o Bi da Baixada, era o responsável por liderar a expansão do PCC para Santa Catarina quando foi preso em 2014. Da mesma quadrilha de André do Rap, o narcotraficante de 44 anos também passou a figurar como foragido após ter sido solto por determinação do STF em 2019.

Próximo de Marcola. Bi da Baixada esteve na mesma ala da penitenciária de Presidente Venceslau (SP) onde estava Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC. Ele foi condenado a 29 anos de prisão por associação criminosa e duas tentativas de homicídio.

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