Tarcísio critica possível greve do Metrô e da CPTM e exalta linhas privadas
O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) criticou a possível greve do Metrô e da CPTM, prevista para amanhã (3). As categorias, além de funcionários da Sabesp, farão assembleia hoje (2), às 18h30, para decidir sobre a paralisação. O rodízio de veículos está suspenso na capital nesta terça-feira.
O que disse Tarcísio
"A gente não pode fazer a militância privar o cidadão de um direito", disse Tarcísio após criticar a mobilização dos grevistas, que protestam contra os projetos de privatização do governo Tarcísio, incluindo as linhas da rede metroferroviária e a estatal de saneamento.
"As linhas que funcionarão amanhã são as privadas. Acho que a gente está indo no caminho certo. E nós não vamos parar." O governador ironizou que a greve só não afetará as linhas já concedidas à iniciativa privada. As declarações foram feitas no Palácio dos Bandeirantes durante a sanção de um projeto de lei apelidado de "Resolve Já", que ajuda contribuintes a quitar dívidas.
"Todos os processos de desestatização pressupõem a consulta popular no momento certo, tem um momento para fazer os questionamentos", argumentou o governador, apesar de ter o projeto de privatizações como um dos pilares de seu governo.
Tão protestando [que] não pode desestatizar. Amanhã, o que vai estar disponível para o cidadão? A linha 4, que tá com a iniciativa privada. A linha 5, a linha 8, a linha 9 [da iniciativa privada]. E o protesto é contra a privatização! Pelo amor de Deus. Nós vamos privar o cidadão do transporte? Sabendo que todos os processos de desestatização pressupõem a consulta popular no momento certo, tem um momento para fazer os questionamentos. Ninguém é obrigado a concordar, mas ninguém pode privar o cidadão do transporte por causa disso, por causa da discordância. A gente não pode fazer a militância privar o cidadão de um direito.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
Paralisação é 'ilegal e abusiva', diz governo
Em nota, o Governo do Estado de São Paulo classificou a greve como "ilegal e abusiva", a qual torna refém a população que precisa do transporte público: "É absolutamente injustificável que um instrumento constitucional de defesa dos trabalhadores seja sequestrado por sindicatos para ataques políticos e ideológicos à atual gestão".
Ainda segundo o texto, a paralisação "não foi convocada para reivindicar questões salariais ou trabalhistas, mas sim para que os sindicatos atuem, de forma totalmente irresponsável e antidemocrática, para se opor a uma pauta de governo que foi defendida e legitimamente respaldada nas urnas".
"O Governo de São Paulo está agindo com total transparência e respeito à legalidade na condução das propostas de parceria, concessão e desestatização. Contratou estudos de viabilidade técnico-financeira de órgãos de excelência internacional e deu publicidade a todas as etapas cumpridas até o momento, tanto nos canais oficiais do Estado como pela imprensa", diz a nota.
O Estado vem atuando tempestivamente nas esferas administrativa e judicial para que a população não seja prejudicada. O Tribunal Regional do Trabalho já decidiu contrariamente à greve das três categorias e determinou a manutenção dos serviços de transporte em 100% nos horários de pico e 80% nos demais períodos, além de 85% do contingente da Sabesp. A Justiça também proibiu a liberação das catracas, proposta de forma irresponsável pelos grevistas, sem levar em conta os altos riscos de tumultos e acidentes nas estações.
Governo do Estado de SP, em nota
Grevistas acusam governo de não debater privatização
Os sindicatos alegam que desejam discutir mais esses planos com a sociedade e evitar a deterioração dos serviços.
Metroviários de São Paulo afirmam que as linhas privatizadas têm o "triplo de falhas" e que tarifa deve subir com a concessão.
Tarcísio tem caracterizado a greve como "política" e afirmado que os projetos de concessão à iniciativa privada estão em discussão.
Linhas afetadas
As linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô devem ser impactadas no Metrô se a paralisação for confirmada.
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Quero receberNa CPTM, devem ser mais afetadas as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade
Ponto facultativo a servidores
O governo de São Paulo decretou ponto facultativo para amanhã (3) em todos os serviços públicos estaduais da capital.
Funcionarão normalmente restaurantes e postos móveis do Bom Prato, além de serviços de segurança pública.
Segundo o governo, o objetivo da medida é "reduzir os prejuízos à população, garantindo a remarcação de consultas, exames e demais serviços que estavam agendados".
Com o decreto, a população poderá remarcar consultas em AMEs e outras unidades de saúde estadual da capital, além de postos do Poupatempo. Aulas e provas da rede estadual também serão repostas e reagendadas.
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