Conteúdo publicado há 6 meses

Empresária mandou matar advogada por interesse no marido dela, diz polícia

A empresária Maria Ediane da Mota Oliveira, de 41 anos, suspeita de mandar assassinar a advogada Rafaela Vasconcelos de Maria por interesse amoroso no marido da vítima, pagou R$ 70 mil para grupo de extermínio cometer o crime. As informações obtidas pelo UOL são da DAI (Delegacia de Assuntos Internos), vinculada a CGD (Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário), do Ceará. A defesa da empresária nega.

O que aconteceu:

A mandante do crime foi apontada pela polícia como sendo a empresária Maria Ediane da Mota Oliveira. Em março, a advogada Rafaela Vasconcelos de Maria e a mãe dela, Maria Socorro de Vasconcelos, foram mortas em um ataque a tiros em "atividade típica de grupos de extermínio", segundo a polícia.

A motivação seria a intenção da mandante de "manter (ou continuar) um relacionamento amoroso" com um tenente-coronel da Polícia Militar do Ceará que era casado com Rafaela.

As investigações apontaram que os suspeitos de planejar e matar a advogada e a mãe dela fizeram várias reuniões e viagens à cidade onde ocorreu o crime, em Morrinhos, no Ceará, antes da execução.

A ação também incluiu acompanhar o cotidiano das vítimas e comprar um carro e uma moto, pagos por Maria Ediane, para serem usados no dia do assassinato das vítimas. A polícia encontrou fotos e vídeos nos celulares dos suspeitos com fotos da advogada.

De acordo com a polícia, Maria Ediane ainda teria tido "grande dificuldade" de concluir o plano de mandar matar a advogada.

A investigação ainda ressaltou que não foi possível identificar a participação do marido da vítima no crime.

Acusações e prisão

Maria Ediane e cinco homens (sendo quatro deles policiais militares) são réus na Justiça do Ceará pelos assassinatos de Rafaela e da mãe dela. Inclusive, o UOL verificou que a empresária consta na lista dos mais procurados do estado e é considerada "perigosa".

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Em setembro, a Polícia Civil prendeu um sargento e um homem que não faz parte da polícia por suspeita de envolvimento no crime. Ao todo, cinco pessoas foram presas. Maria Ediane segue procurada.

De acordo com a Controladoria Geral de Disciplina, órgão que investiga policiais suspeitos de envolvimento em crimes, o sargento e os outros homens presos participaram ativamente da ação, incluindo na indicação de executores. A controladoria apura o caso envolvendo os agentes no âmbito disciplinar da corporação.

O processo tramitava em segredo de justiça, mas o tribunal do estado mandou retirar o sigilo.

Defesa de empresária nega o crime

Ao UOL, a advogada Tatiana Mara Matos de Almeida, que defende Maria Ediane, disse que a cliente nega qualquer participação no crime.

A defesa declarou que só teve acesso aos autos do processo no dia 11 deste mês e afirmou que a cliente já chegou a comparecer na delegacia, em julho, para prestar depoimento. Não foi informado o paradeiro da empresária.

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