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Após assembleia, metroviários votam contra greve na terça-feira (31)

Funcionários do Metrô de São Paulo decidiram não fazer uma nova greve na próxima terça-feira (31). A decisão dos trabalhadores ocorre após o Metrô decidir punir nove funcionários por uma greve surpresa de três horas no feriado de 12 de outubro.

O que aconteceu:

A decisão foi divulgada na noite desta quinta-feira (26) após votação de 24 horas. Os metroviários iniciaram a votação na noite de ontem após assembleia.

Os trabalhadores votaram para a construção de um plano unificado com outras categorias para fazer uma nova greve unificada (ainda sem data prevista para ocorrer).

Os metroviários pretendem dialogar com os trabalhadores da CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos), Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). No dia 3 de outubro, funcionários do Metrô, CPTM e Sabesp fizeram uma greve unificada com duração de 24 horas.

Ontem, o sindicato afirmou que os movimentos dos trabalhadores são contra as privatizações e terceirizações das empresas públicas e as demissões dos trabalhadores. As privatizações são uma das promessas que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez durante a campanha eleitoral.

As punições e demissões contra os funcionários foram consideradas pelo sindicato como um ato "intempestivo, arbitrário e antissindical". Até o momento, cinco funcionários foram demitidos, um deles foi suspenso por 29 dias e outros três, que têm estabilidade sindical, foram suspensos sem remuneração até serem submetidos a inquérito no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Entre os trabalhadores punidos estão diretores do sindicato e Narciso Soares, vice-presidente da entidade.

Os metroviários denunciam que as demissões são uma "tentativa de enfraquecer a categoria que está na linha de frente da luta contra o projeto do governador de privatizar todos os serviços públicos".

As demissões

Na terça-feira (24), o governo de São Paulo afirmou que as punições aos funcionários foram baseadas em imagens, áudios e relatórios. As provas recolhidas indicaram, de acordo com o governo, "conduta irregular dos nove profissionais" na paralisação de 12 de outubro. A direção do Metrô avaliou que o movimento "atendeu apenas a interesses privados" e descumpriu a lei, uma vez que foi implementado "sem aviso prévio e sem qualquer autorização".

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Funcionários alegaram que paralisação era, na verdade, um protesto. Os servidores estavam manifestando solidariedade a três trabalhadores da Linha 2-Verde que tinham se recusado a assumir as funções após o recebimento de advertências que consideravam injustas. De acordo com o Metrô, "tais advertências não implicavam em demissão ou redução de salários".

Com a paralisação no feriado, serviços foram prejudicados em 49 estações. Segundo o Metrô, o protesto durou cerca de três horas e causou interrupção das linhas 1-Azul, 3-Vermelha e 15-Prata e operação com velocidade reduzida na Linha 2-Verde. A empresa ainda disse ter registrado mais de 30 evacuações de trem no dia.

O Metrô, porém, disse que as punições anunciadas não têm relação com a greve de 3 de outubro. A empresa também informou que avalia outros casos e não descarta novas punições.

A paralisação deixou milhares de pessoas sem comunicação, tanto nos trens como nas estações (...), uma vez que os operadores haviam decidido deixar seus postos e fechar as estações. Houve registro de protestos de passageiros e danos nas estações, o que colocou em risco a integridade do público e também de outros funcionários do Metrô.
Metrô, em nota

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