Conteúdo publicado há 7 meses

Leal e nota 10: PM morta no Rio investigou milícia por apenas um ano e meio

A PM Vaneza Lobão, assassinada em uma emboscada na sexta (24), atuou por apenas um ano e meio no setor que investigava milíciais, onde foi condecorada por "lealdade". Neste período, concluiu um curso para cabo com nota 10.

Trajetória na PM

Um ano e meio. A cabo Vaneza Lobão chegou em abril de 2022 na 8ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar), responsável por investigações de quadrilhas de milicianos e do jogo do bicho, de acordo com documento obtido pelo UOL.

Percurso na PM. Ela já havia feito um curso interno de inteligência na PM em 2018, mas até então atuava em batalhões convencionais.

"Lealdade e Constância". No curto período em que atuou na 8ª DPJM, por cerca de um ano e meio, Vaneza se destacou. Ela recebeu o distintivo "Lealdade e Constância" do comandante-geral da PM, por recomendação do chefe de sua unidade.

Patrulhamento. Seu último posto antes de ir para a 8ª DPJM foi no BPVE (Batalhão de Policiamento de Vias Especiais), responsável por patrulhas em corredores como a Avenida Brasil e as linhas Amarela e Vermelha.

Aluna nota 10. Em junho deste ano, Vaneza concluiu com nota 10 um curso de qualificação para cabos da PM —só 45 dos quase 6 mil participantes do curso atingiram a pontuação máxima.

Morta na porta de casa

Assassinato. A policial militar foi alvo de uma emboscada na porta de casa, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, quando saía de casa com a esposa.

Milícia de Zinho. A área em que Vaneza morava é dominada pela milícia de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, o maior grupo paramilitar do Rio.

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Emboscada planejada. A quadrilha é uma das investigadas pela unidade onde a cabo trabalhava. Segundo o governador Cláudio Castro (PL), a principal linha de investigação é que ela tenha sido alvo de um atentado organizado por milicianos.

Há indícios que [os responsáveis] sejam milicianos que ela investigava. Determinei que a resposta seja rápida e dura
Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro

PF à disposição. O ministro Flávio Dino disse ter orientado que a Polícia Federal entre nas investigações do caso. O titular da pasta de Justiça e Segurança Pública lamentou o "terrível crime cometido contra a policial".

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