Vídeo: veja movimentação da água onde mina da Braskem rompeu em Maceió
Um dia após o rompimento da mina 18 no bairro do Mutange, em Maceió, é possível ver movimentações na água da lagoa Mundaú em imagens capturadas por drones.
O que aconteceu
Bolhas na superfície da lagoa indicam um dos locais em que rompimento aconteceu. As imagens mostram um movimento mais calmo no local em comparação com as primeiras imagens, registradas no domingo (10).
Com o rompimento, a água da lagoa está entrando na mina —e a Mundaú está recebendo a salmoura.
O rompimento identificado não significa o colapso da mina, mas o começo do processo. As informações são da engenheira geóloga Regla Toujaguez, professora da Universidade Federal de Alagoas.
No entanto, até o momento, o cenário é de estabilização, afirma a Defesa Civil de Alagoas. Autoridades descartam que outras minas tenham sido afetadas pela movimentação do solo do dia anterior, e acompanham a situação da mina 18.
Mina em Maceió: região será desapropriada
O governo de Alagoas anunciou que a área afetada pelas movimentações nas minas será desapropriada. Estão inclusos os bairros do Mutange, Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro e parte do Farol.
O objetivo é transformar a região que compreende aproximadamente 3km² em um parque ambiental. O anúncio foi feito pelo governador Paulo Dantas (MDB) horas após o rompimento ontem de parte da mina 18. Procurada, a Braskem ainda não se pronunciou.
A área foi repassada após um acordo firmado entre a Prefeitura de Maceió e a empresa, prevendo uma indenização de R$ 1,7 bilhão ao município. O documento transferiu formalmente à Braskem a posse dos imóveis e da área, mas a empresa não pode edificar "para fins comerciais ou habitacionais", conforme acordo anterior, firmado em 2020, com o Ministério Público Federal (MPF).
Como é a mina da Braskem em Maceió?
O método adotado pela Braskem para a exploração da mina consiste na utilização de um poço cavado, o qual introduz água na camada de sal, resultando na formação da salmoura.
Posteriormente, essa solução é extraída das minas e levada à superfície, sendo então preenchida com um material líquido para garantir estabilidade ao solo. Em Maceió, esse procedimento perdurou de 1979 a 2019.
Contudo, ao longo dos mais de 40 anos de exploração, parte dessas minas sofreu vazamento do líquido, ocasionando instabilidade no solo e originando cavidades, como a presente na mina 18. A região urbana conta com um total de 35 minas, as quais estão sendo atualmente preenchidas novamente.
Esse processo resultou no afundamento do solo em cinco bairros e no deslocamento de quase 60 mil pessoas nos últimos cinco anos. Por decisão judicial, a área de risco foi ampliada, incluindo 1.700 lotes que agora requerem a evacuação dos moradores. Cada lote abriga, no mínimo, uma residência.
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