Depósito de R$ 212 mil deu início à investigação contra Cariani e sócios
Dois depósitos que somam R$ 212 mil em uma conta da empresa Anidrol, do influenciador fitness Renato Cariani, fundamentaram o início das investigações da PF (Polícia Federal) sobre desvio de produtos químicos para a produção de crack.
O que aconteceu
Documento obtido pelo UOL mostra que a empresa biofarmacêutica AstraZeneca pediu à PF, em julho de 2019, a instauração de um inquérito policial sobre notificações que havia recebido da Polícia e da Receita Federal referentes a supostos depósitos e movimentações financeiras que teria feito para a Anidrol.
A primeira notificação ocorreu em 17 de abril de 2017, sobre supostas infrações administrativas cometidas pela AstraZeneca ao fazer movimentações não informadas, referentes a três notas fiscais emitidas pela empresa da qual o influenciador é sócio.
Já a segunda intimação foi enviada pela Receita à empresa biofarmacêutica em meados de fevereiro de 2018. O órgão questionava dois depósitos realizados em 2015 e 2016, nos valores de R$ 103,5 mil e R$ 108, 5 mil, à Anidrol.
A empresa do influenciador, ainda segundo o pedido de abertura de inquérito, teria informado à Receita Federal que havia vendido cloreto de lidocaína para a AstraZeneca. A biofarmacêutica nega.
"A AstraZeneca nunca manteve qualquer relação comercial com a empresa Anidrol, a qual não está cadastrada na relação de fornecedores da AstraZeneca, o que impede que qualquer pagamento tenha sido realizado em seu benefício", disse biofarmacêutica.
O UOL tenta contato com a defesa do influenciador e com a empresa. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
Troca de emails
No dia 10 de maio de 2019, a AstraZeneca teria recebido nova intimação fiscal sobre emails que a biofarmacêutica teria trocado com um representante da Anidrol. Um homem identificado como Augusto Guerra seria o colaborador da AstraZeneca.
Mais uma vez, a biofarmacêutica negou que tenha trocado os emails e que o representante tenha ligação com a empresa. A AstraZeneca ainda anexou ao pedido de inquérito um print de uma busca em um site de domínios IPs em que o endereço utilizado por Guerra aparece como de sua própria titularidade, desvinculado da empresa.
"O senhor Augusto Guerra nunca foi colaborador da AstraZeneca, o que reforça as suspeitas de que o nome e os dados da empresa AstraZeneca estão sendo utilizados indevidamente por terceiros", disse a empresa.
Entenda a operação
Segundo a PF, o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando "laranjas" para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais.
A Anidrol, empresa do que Renato Cariani é sócio, foi alvo hoje de busca e apreensão de policiais federais. A indústria farmacêutica é sediada em Diadema, na região metropolitana de São Paulo.
No total, foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da organização criminosa. São aproximadamente 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo, segundo a PF.
Mais cedo, Renato Cariani se posicionou após ser alvo de busca e apreensão. "Para mim, para a minha sócia e para todas as pessoas, foi uma surpresa", afirmou Cariani em um vídeo publicado no Instagram.
18 comentários
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Performance Representacoes
O Brasil voltou a ser um país sérios e as instituições voltaram a funcionar novamente. Tem que prender todos esses criminosos responsáveis por milhares de mortes de jovens, através da crack e dos seus lucros criminosos.
Solange Tiberio Fricke
Deposito em dinheiro vivo, compra de imóvel em dinheiro vivo, compra de loja de chocolate em dinheiro, é obvio que o dinheiro é de origem ilícita, só as tias do Zap não conseguem enxergar isso.
Osnir Alexandre
Isso tudo sem falar do fio terra