Detentos fizeram buraco em parede de cela para fugir de presídio; veja foto

Uma foto mostra um buraco em uma parede da cela na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) usado por dois detentos para deixar a prisão. Foi a primeira fuga em um presídio de segurança máxima no país.

O que aconteceu

Detentos abriram um buraco no local em que estava instalada a luminária. O registro da imagem foi feito pela força-tarefa coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

As celas onde estavam os presos passam por perícia. Pertences dos detentos, como lençóis e objetos pessoais, também são examinados.

Roupas e pegadas foram encontradas por equipes da força-tarefa nesta sexta (16). Calçados e camisetas — que podem ser dos dois fugitivos — foram localizados em uma área rural de Mossoró e, por conta deles, as buscas se intensificaram na região próxima à penitenciária.

Camiseta de uniforme de presídio foi encontrada em região de mata. De acordo com o órgão, a peça foi localizada na zona rural e pode ter sido usada por um dos detentos que fugiu do presídio. Contudo, os objetos encontrados ainda passarão por perícia.

Suspeitos foram vistos por moradores em um perímetro de 15 km da unidade federal, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Equipes encontram camiseta azul que pode ser de fugitivo de presídio do RN
Equipes encontram camiseta azul que pode ser de fugitivo de presídio do RN Imagem: Divulgação / Força Tarefa

Falhas apontadas por ministro

Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, elencou uma série de falhas nos protocolos de segurança na unidade. Segundo o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, o presídio passava por uma obra de manutenção.

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Os presos teriam tido acesso às ferramentas utilizadas na reforma. Lewandowski afirmou que havia operários dentro da penitenciária federal e ferramentas poderiam estar ao alcance dos detentos. Os equipamentos "não estavam acondicionados e trancados", disse o ministro.

Defeitos na construção do presídio também foram apontados. A saída pelo teto teria sido possível porque a construção é de alvenaria e não de concreto. "A proteção deveria ter sido mais eficiente", avaliou Lewandowski.

Os detentos se depararam com um tapume de metal na área da reforma. Para fugir, eles ultrapassaram a estrutura. Na sequência, utilizaram um alicate capaz de cortar arame para cortar as grades.

Câmeras e luzes não estavam funcionando adequadamente, disse ministro. Lewandowski disse ainda que a fuga "custou pouco" pelo fato de os presos terem utilizado as ferramentas que estavam no local.

Como ocorrem as buscas

Buscas indicam que fugitivos estão na região. Para os agentes no cerco, os vestígios apontam que a dupla está na área de mata.

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Território é considerado denso e de difícil progressão. Contudo, há o entendimento de que os policiais estão seguindo as pistas certas. Deve haver reforço no grupo nas próximas horas para intensificar as buscas.

Alta temperatura na região da caatinga dificulta fuga. Equipes relatam que começou a chover na região, mas a temperatura segue elevada.

Agentes usam drones nas buscas. A força-tarefa conta com o auxílio do equipamento que captura imagens do território também no período noturno.

A procura conta com a participação de cerca de 300 agentes. Entre eles, policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais civis e policiais militares. Há ainda a participação da Polícia Penal Federal e da Polícia Penal do Rio Grande do Norte, que atuam com os grupos de operações especiais e de cães.

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