Fugitivos ligaram para o RJ e perguntaram como chegar ao Ceará, diz refém
Os dois fugitivos do presídio de Mossoró (RN) usaram o celular de uma família feita refém por cinco horas em uma área rural da cidade para fazer ligações ao Rio de Janeiro, perguntaram se estavam longe do litoral e como poderiam chegar ao Ceará. As informações, repassadas por uma das vítimas aos investigadores, foram confirmadas por fontes no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O que aconteceu
Ligações para o DDD 21 pelo WhatsApp. Uma das vítimas disse que Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento pegaram um dos celulares da casa para fazer chamadas e que uma das pessoas com quem falaram tinha sotaque carioca e disse estar no Rio de Janeiro.
Detentos planejam chegar ao RJ, diz secretário. Victor Santos, secretário da Segurança Pública do Rio, diz que os fugitivos pretendem chegar às favelas cariocas, sob o domínio do Comando Vermelho, mesma facção criminosa deles.
Fugitivos fizeram perguntas sobre rotas e bloqueios. Os detentos perguntaram aos reféns como chegar ao Ceará, se estavam longe do litoral e se havia bloqueios de policiais no entorno. A localização do imóvel está no perímetro de 15 km das buscas da investigação —eles já haviam sido vistos por moradores nessa mesma área, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Detentos buscaram informações sobre as buscas. Ainda de acordo com o relato de uma das vítimas, os fugitivos pediram para que a televisão fosse ligada e para ter acesso às redes sociais para acompanhar as notícias sobre a fuga.
Fugitivos levaram dois celulares, carregadores e alimentos em uma sacola. Segundo o relato de uma das vítimas, eles não pediram dinheiro. Os detentos deixaram o imóvel a pé, ainda que houvesse um carro e uma moto no local.
Como estava a aparência deles. Um deles estava com uma calça azul com as mesmas características do uniforme do presídio, ambos usavam boné e estavam com aparência suja.
O que se sabe sobre o caso
Uma camiseta de uniforme de presídio foi encontrada ontem em região de mata. A peça foi localizada na zona rural de Mossoró e pode ter sido usada por um dos detentos que fugiu do presídio.
O trabalho de buscas conta com a participação de cerca de 300 agentes. Entre eles, policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais civis e policiais militares. Há ainda a participação da Polícia Penal Federal e da Polícia Penal do Rio Grande do Norte, que atuam com os grupos de operações especiais e de cães.
Detentos abriram um buraco no local em que estava instalada a luminária. O registro da imagem foi feito pela força-tarefa coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
As celas onde estavam os presos passam por perícia. Pertences dos detentos, como lençóis e objetos pessoais, também são examinados.
Essa foi a primeira fuga em um presídio de segurança máxima no país. Segundo o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, houve falha em uma série de protocolos.
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