Quatro são mortos em ação da PM na Baixada Santista; dois eram adolescentes
Quatro pessoas, sendo dois menores de idade, foram mortas em suposto confronto com a polícia, na noite de ontem na Baixada Santista. Com isso, as mortes pela PM durante a Operação Verão chegam a 38.
O que aconteceu
Policiais disseram que faziam operação contra o tráfico quando foram surpreendidos por homens armados que atiraram contra eles. O caso ocorreu em uma região de mangue no bairro Jardim Rio Branco, em São Vicente. Houve confronto e cinco foram atingidos, informou a SSP (Secretaria de Segurança Pública).
Dois homens, de 18 e 31 anos, e dois adolescentes, de 17, morreram. O quinto baleado foi socorrido no PS Vicentino. Um sexto suspeito foi preso, levado para a delegacia e liberado após relatar que foi ao local para comprar drogas e, quando ouviu o tiroteio, se escondeu na mata, segundo a SSP.
A polícia informou ter apreendido dois revólveres e uma pistola com várias munições deflagradas, além de porções de maconha, crack e cocaína, celulares e dinheiro. O caso foi registrado como tráfico de drogas, posse ou porte ilegal de arma de fogo, resistência e morte decorrente de intervenção policial na Delegacia sede de São Vicente. A ação foi realizada por agentes do 2º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), de Santos.
A região da Baixada Santista é alvo da operação desde o último dia 2, como reação à morte do policial militar da Rota Samuel Wesley Cosmo por criminosos da região. A SSP diz que "todos os casos de mortes em confronto são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário".
Órgãos denunciam execução sumária pela PM
Relatório da Ouvidoria de Polícia de São Paulo e de organizações da sociedade civil denuncia cinco casos de execução sumária pela Polícia Militar. Há ainda um caso de tentativa de execução, duas invasões ilegais de domicílio pelos militares e seis relatos de abusos policiais durante abordagens na operação, ocorridas de 7 a 9 de fevereiro, no litoral paulista. O documento foi entregue na segunda-feira (26) à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de São Paulo.
O relatório é baseado em depoimentos colhidos, em 11 de fevereiro, em Santos e São Vicente. "Entre as vítimas no período de análise do relatório, estão duas pessoas com deficiência física, sendo que uma delas se locomovia apenas com auxílio de muletas e a outra possuía 20% de visão em um único olho. Nos dois casos, os agentes policiais, que não utilizavam identificação, disseram ter sido ameaçados pelas vítimas, embora laudos médicos comprovem a incapacidade deste cenário", destacou a Ouvidoria, em nota.
SSP informou que as forças de segurança do Estado são instituições legalistas que atuam no estrito cumprimento do seu dever constitucional. Segundo a pasta, as corregedorias estão à disposição para formalizar e apurar toda e qualquer denúncia.
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